Alvorada Voraz ao Sul do Equador e acima do Trópico de Câncer.

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Vivemos em um país tropical, o poético Patropi de Jorge Bem Jor . Um paraíso natural com um bioma acolhedor e com farta disponibilidade de energia e alimentos.

Ainda assim, nossas estatísticas de mortalidade violenta excedem as de nações em guerra. Somos sectários, preconceituosos e hipócritas. As Marchas com Deus, as barbáries policiais, a homofobia, o fundamentalismo ideológico, e outras facetas de nossa cultura, indicam que nossa propensão para eliminar oponentes aumenta sempre que a negação do outro é desafiada.

Nunca fomos uma democracia racial, nem mesmo um povo pacífico. Apenas praticamos nossas crueldades em porões, senzalas e guetos, agora não tão invisíveis.

Somos típicos humanos vivendo em condições ambientais relativamente favoráveis.

Mas europeus, russos, ucranianos e americanos estão mais ao norte. Abrigam grandes populações, consomem muita energia de fontes não renováveis e tem um clima hostil, especialmente depois da primavera e do verão.

Eles podem racionalizar suas disputas, apresentarem argumentos lógicos para justificar suas divergências. Mas o que está em jogo é a energia necessária para o aquecimento vital para grandes contingentes populacionais em invernos muito rigorosos.

Não há nenhuma forma de acordo diplomático que faça aumentar a disponibilidade de energia. A hipótese de racionalizar, racionar e dividir fraternamente as fontes de energia, não tem precedentes nem em situações onde não havia ameaça da escassez.

Ninguém irá aceitar um acordo que implique em suportar o frio em seu país, para que outras nações tenham o benefício do gás natural em troca da paz. Os americanos já deram provas de que a simples ameaça ao padrão crescente de consumo e desperdício de energia, já é suficiente para arrasar com nações inteiras no oriente médio.

Como sempre aconteceu, todos irão preferir lutar do que perecer, ou suportar o racionamento, em paz. Mesmo tendo o recente século XX com todas as carnificinas sem precedentes como alerta, um único gesto de terror, um assassinato, mesmo um acidente bastará para incendiar todo o hemisfério norte.

E com ele todo o resto do planeta. A alvorada voraz é cada vez mais provável.