RITALINA em debate – novas regras para controlar a prescrição generalizada
Inspirados no protocolo para a abordagem das agitações/dispersões na infância e adolescência de Campinas, a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo organizou um grupo de trabalho para estudar o emprego do metilfenidato, por intermédio de sua área técnica de assistência farmacêutica. Criou-se, então, uma portaria ( 986/2014 ) que passa a prescrever novas normas para o uso da medicação.
A nova regulação nasce da valorização da clínica ampliada, do trabalho transdisciplinar e da necessidade do projeto terapêutico singular, dispositivos disseminados pela PNH – Política Nacional de Humanização. Mudar o modelo de cuidado foi o norteador da iniciativa.
Janaína Diogo, técnica em saúde mental da Secretaria Municipal de São Paulo, Silvana Rabello ( psicanalista e professora da PUC – SP ) e Maria Aparecida Moysés, pediatra e professora da UNICAMP são as entrevistadas do programa Educação Brasileira. Um encontro prá lá de interessante e potente.
Os estudos internacionais de medicina baseada em evidências para o uso do metilfenidato não se enquadram nos critérios básicos de cientificidade necessários, segundo Maria Aparecida Moysés.
Tomar o sintoma agitação/dispersão como se fosse uma doença é tomar a parte pelo todo. Os comportamentos não são doença, mas indícios de algo que precisa ser olhado com a urgente necessidade de análise dos modos de vida contemporâneos. Esse deve ser o centro da cena a ser levado sempre em conta, se não quisermos correr o risco de ficar na aparência, na mera descrição empírica/fenomênica dos comportamentos.
A vida psíquica é muito mais complexa do que pensa a nossa vã psicopatologia.
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Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
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