Um dos debates importantíssimos de se destacar é o que coloca a formação como uma das estratégias vitais para a qualificação da atenção à saúde e da gestão no SUS, e também para a sustentabilidade deste sistema que é, hoje, expressão máxima das conquistas na área da saúde coletiva e da política pública de saúde brasileira. A formação para o SUS tem hoje muitos pontos a serem fortalecidos.
A PNH – Política Nacional de Humanização, do Ministério da Saúde, tem interferido neste cenário buscando aproximar as realidades e propor modos inovadores de enfrentá-las. Esse é o foco do debate no programa EspaSUS. EspaSUS exibido em 29/01/2015 Tema: Formação para o SUS
Assista ao programa:
https://www.youtube.com/watch?v=4GRnpvlkPG8
https://www.youtube.com/watch?v=3rcyUpc1z2A
https://www.youtube.com/watch?v=1_Cnjrhz6uk
10 Comentários
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Por Raphael
Visto que neste programa ESPASUS não houve espaço para perguntas, deixo meu parabéns e meus questionamentos ao Dr Marcelo:
Você ainda dá aulas no curso de Psicologia? Você acredita que seus alunos são preparados para trabalhar no SUS? Eles leem as suas postagens na RHS? Já utilizou alguma coisa da RHS em suas aulas?
AbraSUS!
Raphael
Por Marcelo Dias
obrigado pelos parabéns e pelas perguntas.
Não estou mais lecionando na universidade, mas o papel de educador permanece, principalmente enquanto apoiador na atenção básica. Do ponto de vista dos trabalhadores penso que o caminho é a educação permanente e uma troca maior com a academia. Nessa troca, poderíamos mesmo nos questionar sobre o que seria trocado entre os sujeitos e instituições em questão. Mesmo se pensarmos na questão da pesquisa, será que a pesquisa na academia teria o mesmo objetivo daquela que poderia ocorrer mais intensamente na rede de saúde?
Abraço do Marcelo.
Por patrinutri
Olá Raphael suas perguntas me convocaram para conversa!
Sobre o uso da RHS no processo de ensino no SUS e sobre o ensino e serviço gostaria de contar um pouco de minha experiência como apoiadora da PNH:
Muitas vezes sou convidada a falar com equipes de saúde sobre a humanização e sempre utilizo posts da RHS como ponto de partida da conversa. Dependendo do enfoque faço uma busca na página e vejo posts relacionados e em geral me dão boas direções para a conversa com os grupos.
Já utilizei muitas vezes os relatos de vivências na atenção básica/ESF da nossa querida Jacqueline Abrantes que além de serem textos lindíssimos, nos colocam muito próximos com a realidade do SUS. particularmente estes são os meus favoritos:
https://redehumanizasus.net/59449-aqui-dentro-sempre-como-na-cancao
https://redehumanizasus.net/8214-uma-orquidea-no-espelho
https://redehumanizasus.net/11995-reencontrando-a-cancao-uma-visita-a-seu-francisco
E para minha surpresa, estes relatos sempre encontram situações semelhantes em outros lugares, uma riqueza que sempre me emocionam e ajudam a construir a humanização como um conceito aplicável e que está no dia a dia das equipes de trabalho.
Vamos conversando…
Bjs Pat
A formação de profissionais para intervir no SUS, sem dúvida, é uma importante estratégia para o alcance de uma saúde pública mais resolutiva e inclusiva.
Muito bacana o post com essa discussão disparada no EspaSUS!
Ah, fui a 10ª votante, com muita satisfação!
Bjs!
Emília
Por deboraligieri
Obrigada por colocar o EspaSUS com o tema formação para o SUS aqui Pat! Esta é uma conversa de vital importância para a redução da distância existente entre o SUS e academia, e também para que os estudos na saúde pública não se restrinjam à residência.
Uma das razões de falta de médicos para a população brasileira em geral é justamente porque os profissionais, depois de especializados, preferem a clientela da área privada. Como li numa reportagem outro dia, os médicos treinam as práticas nos pobres para aplicar sua técnicas especializadas nos ricos. Este é um reflexo cruel da desigualdade social nos atendimentos de saúde.
A Constituição Federal, em seu artigo 3o inciso III, dispõe como um dos objetivos fundamentais da República brasileira a redução das desigualdades. Neste contexto rentista de serviços de saúde, a PNH promove a criação de incentivos para o atendimento público, e uma dessas formas de incentivo é justamente educar para a saúde pública. Por este viés, a formação para o SUS é também formação para a democracia.
Grande debate!
AbraSUS,
Débora
Por patrinutri
Com certeza Débora a PNH tem levado à tona muitos debates importantes sobre a saúde e um deles com certeza é fazer ecoar a pergunta nas instituições de ensino: para que formam-se os profissionais. Em todos os momentos penso que a resposta deveria ser contribuir para a sociedade, mas sabemos bem que os fins são diversos.
E não saúde não é diferente.
Mas acredito na palavra transformadora da inclusão. Acredito na revolução no campo da ideias.
Acredito em unir cada vez mais coletivos que promovam a igualdade social.
Bjs Pat
Por Márcia Roseane
Débora
Muito importante seu comentário. É lamentável que se treine no pobre e depois só dê atenção aos privilegiados economicamente. Isto é, o que mais presencio e com o que mais sofro nos espaços de saúde.
Abraços.
Por patrinutri
Márcia, acho que cada um tem que fazer seu pedaço nesta história, mas isto também só não basta, temos que unir as partes, unir as vozes sem apagar a riqueza de cada uma delas.
Por isso vamos buscando transformar as realidades que nos cercam e com isso ir também mudando o todo.
Acho que nos últimos anos avançamos muito e isto fica bem evidente em relação aos mais médicos. No começo as vagas eram para os estrangeiros porque os brasileiros não queriam. Agora nesta etapa vemos um cenário muito diferente.
Nas unidades de saúde já vemos profissionais trabalhando mais em equipe e não tão obedientes a uma única categoria profissional.
Acredito seguir construindo um futuro um pouco mais coletivo! Onde a saúde seja cuidada por equipes, onde o usuário seja mais incluído, onde se olhe menos para a doença e mais para o ser humano.
Grande abraço
Por Sérgio Aragaki
Formar é a todo momento, em todas relações sociais.
Um debate e contribuições muito importantes.
Parabéns!
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Formação para o SUS é formação no SUS. E o inverso também se dá, o SUS "entra" na academia e a enriquece.