Fonte: Imagem da internet
Na gestão do trabalho em saúde a percepção do trabalhador vai além de um mero recurso humano realizador de tarefas previamente estabelecidas pela administração. O trabalhador é percebido como sujeito e agente transformador de seu ambiente. Ele é fundamental para a efetividade e eficácia do Sistema Único de Saúde. Nessa perspectiva, o trabalho é visto como um processo de trocas, intercâmbio, de criatividade, co-participação e co-responsabilização, de enriquecimento e comprometimento mútuos. Gestão e administração aparecem como sinônimos em vários dicionários e é definida como “ato ou efeito de administrar; ação de governar ou gerir empresa, órgão público […]. Exercer mando, ter poder de decisão (sobre), dirigir, gerir” (Houaiss, 2001). Será que é disso que se trata a Gestão em Saúde? Dissertem!
Referências
Portal da Saúde – SGTES Gestão e Regulação do Trabalho, disponível em: https://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/sgtes/sgtes-gestao-do-trabalho .
8 Comentários
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Por LuaDias
Boa noite, Gustavo,
Após ler o seu comentário e reler o meu post cheguei a duas conclusões: Primeiro percebi que a gestão em saúde tem de diferente da administração e o fato de que percebemos os trabalhadores de uma forma diferenciada e o gestor tem o desafio da co-gestão e de torna o trabalho um processo de troca.
Segundo concordo com você, temos que descobrir o meios e métodos para fazer essa "novo gestão".
Como fazer a "NOVA GESTÃO" no campo da saúde?
Luana Dias
Luana,
Este é o desafio colocado aos defensores da democracia e do SUS! Trabalho de uma vida! Na verdade muitas!
Sugiro que navegue pelos conteúdos da RHS e encontre relatos de experiências que procuram experimentar dispositivos dessa proposta de cogestão.
Gustavo
Por LuaDias
Gustavo,
Eu vejo o Planejamento Estratégico Participativo como um ótimo mecanismo de participação, co-responsabilidade e co-gestão. Também foi citado pela Emília nos comentários os colegiados gestores.
Nos resta o desafio de incentivar a participação dos trabalhadores..
Luana Dias
Olá Luana,
Muito interessante essa provocação sobre a gestão em saúde!
Historicamente, a saúde pública tem sido pensada, gerida de forma verticalizada, com pouco diálogo, sem a inclusão de todos os implicados nos processos decisórios. Isto é um fato!
O Gustavo traz aqui questionamentos importantes sobre quais dispositivos devem ser disparados para a construção de uma gestão eficiente/eficaz.
Com base na experiência de gestão do HILP, vale destacar alguns dos dispositivos experimentados lá, como a implantação do colegiado gestor, que tem ampliado os espaços de conversas horizontais com os trabalhadores, gestores e usuários, fortalecendo a articulação/comunicação entre os setores de trabalho na busca de soluções coletivas para as demandas do hospital. Outros dispositivos nessa direção tem sido o fomento da escuta das queixas dos usuários através da ouvidoria. Também a iniciativa – Educação pra saúde e cidadania, com rodas de conversas entre os profissionais e os usuários para trocas de informações e escuta das necessidades de ambos tem fortalecido o protagonismo dos usuários no cotidiano do hospital.
Compartilho o link de alguns relatos publicados na Rede.
Abraços!
Emília
Por LuaDias
Óla Emília,
Obriga pelo comentário e pelos links. Achei incrível a experiencia de vocês no HILP, é tocante saber que existe crianças como o Lucas e o Pedro, a sociedade precisa mais pessoas com eles.
Abraços!
Luana Dias
Bom dia à todos,Vi esse tema que me inquietou muito até pelas explanações referenciadas por diferentes visões e condições quanto a organização e funcionamento do SUS onde estes estão utilizando. Estou conselheiro de saúde segmento trabalhadores Nível médio e minha experiência em 14 anos de saúde pública me obriga a desacordar com os textos que estão muito bem colocados e escritos porém sem a real pontuação do problema.A sociedade brasileira que nunca esteve emancipada de verdade,porque o que assistimos são grupos de pessoas se sobrepor a outros pelas condições de humilhação e opressão em detrimento de status,posições que lhe permitam olhar para os outros com superioridade e esta jamais questionada.O país está vivenciando momentos de total descrédito à qualquer forma de governar,porque todos sabemos o problema que nos obriga viver de forma vegetativa em decorrência da falta de união, do fazer de forma coletiva o que atenderá aos grupos considerando suas diferenças naturalmente colocadas pelo meio em que vive.Aqui em Marechal Deodoro a terra do proclamador da república e primeiro presidente do Brasil não é diferente, por isso afirmo que não se trata de diferenças na tradição da administração para a organização do trabalho ou dos funcionamentos dos conselhos de saúde, mas simplesmente pela falta de compromisso da gestão cada vez mais distante da saúde pública somado a falta de participação da sociedade no fortalecimento da fiscalização dos gasto do dinheiro público. Aproveito o espaço para discorrer sobre a formação e funcionamento de Conselho de Saúde de MD que tem na sua composição 12 paressendo 12 pares gestao 2 secretaria de saude 2 secretaria de educacao 2 – fornecedores 2 trabalhadores nivel superior 2 trabalhadores nível médio 2 Agentes de saúde e 12 População associações. A eleição aconteceu no doa 11 de Setembro com portaria assinada em novembro de lá pra cá muito se tem tentado fazer pela mesa e demais conselheiros mas para imaginar o quanto é difícil fazer controle social e mais difícil ainda é saber que quem promove toda essa situação são os nosso órgãos instituídos por lei para fazer exatamente o contrário, apoiar e prestar acessória.Nosso conselho funciona na base do amor à causa,até agora nenhum compromisso da gestão com o conselho foi cumpuido segundo lei 8.080 e 8.142 e simplesmente o município tem um conselho sem sede equipada para funcionamento, sem secretários ,sem maquinários, sem material correlato,sem transporte são tantos sem que não caberao neste espaço .Mas quero dizer que estamos dando conta de tudo e fazendo a diferença. Mais uma vez questiono porque nada aconteceu ainda para mudar essa situação que não somente acontece em Marechal Deodoro? E onde está o Conselho Nacional de Saúde bem como o Ministério da Saúde? Venham e cnstatem esse descaso.E por isso que população e trabalhadores cada vez valem menos.
Por stephanieteles
Acredito que a Gestão esteja totalmente interligada a administração, pois uma boa gestão requer uma administração/ planejamento de condutas e tomada de decisões. A Gestão em Saúde nos proporciona uma participação nas ações de saúde e também nos permite fazer uma análise das necessidades atuais.
Por gustavonunesoliveira
Oi LuaDias,
A problemática do trabalho em saúde nos força a pensar se há distinção propriamente dita entre fazer gestão e administrar. Entendo que essa distinção se torna necessária quando partimos de uma tradição da administração, que a relaciona ao processo de gerir recursos (humanos, materiais, etc), como vc mesma chama atenção no seu post.
Talvez seria mais produtivo uma outra formulação do problema: quais seria as formas de se fazer gestão que fizessem da gestão um esforço de constituir processos produtivos não só eficazes/eficientes, mas justos, cuidadores, produtores de autonomia, formadores de sujeitos (desasujeitados), democracia e liberdade? Quais seriam os dispositivos, métodos, referenciais que nos ajudariam a formular essa "nova gestão" no campo da saúde?
Creio que vai encontrar na RHS muita gente interessada nessa questão!
O que acha?
Gustavo