Hey! Por favor! Eu sou única!
Nesse semestre na faculdade resolvi pegar uma disciplina que tem por nome "Antropologia da Saúde e da Doença". Sinceramente, tenho me encantado com o decorrer dela, com as reflexões que ela me tem provocado a fazer!
Não sei se tem algum antropólogo por aqui de plantão, e então já venho me desculpando por ainda ser um tanto leiga neste assunto; mas quero expressar aqui as minhas impressões e reflexões ao longo deste período…
Viver a vida é um ato de construir e reconstruir visões, pensamentos e percepções em torno daquilo que nos cerca. É incrível o quanto somos singulares, únicos, e ao mesmo tempo partes de um inteiro, na medida em que nos relacionamos com um grupo, e as crenças e pensamentos ali compartilhados/doados tem um pedaço de cada um de nós, mas sobre os outros pedaços tem as nossas próprias interpretações individuais conforme as experiências vivenciadas ao longo dos nossos anos.
É claro que é importante pensar em um todo, mas desde que não deixe de se considerar a parte do todo, o indivíduo que compõe o todo. As experiências de cada um sobre determinada realidade são diferentes, visto que somos construídos e reconstruídos com diferentes características.
Não somos cópia, não somos um clone; somos um ser único, singular em todo o mundo! Considerar isto, e entender que as verdades são construções feitas mediante interpretações de alguém sobre algo que denominamos descobertas, faz com que nenhuma verdade seja inteiramente 100%. Engraçado que isto me remete a um dito popular, onde determinada verdade é verdadeira até que se prove o contrário. Então enquanto vivermos e nos desenvolvermos, considerando que as nossas realidades a cada minuto se tornam diferentes, construções e reconstruções de verdades serão feitas.
Penso que o toque da humanização consiste em considerar a singularidade de cada indivíduo, as suas verdades e realidades, compreendendo que não existe uma plena verdade. Cada indivíduo é único, o que o torna especial!
É válido que consideremos, mesmo que em um diálogo nos são trazidos semelhanças à várias pessoas, as singularidades de cada indivíduo: não é o mesmo contexto, não é a mesma mente, não é o mesmo pensamento! Então, as interpretações são sempre diferentes, mesmo que as vezes imperceptíveis!
Refletir sobre isso me tem feito amar cada vez mais, amar a singularidade das pessoas, e ficar perplexa com as tão diversas maneiras que cada um luta pela vida, e enfrenta os obstáculos.
Só me resta desejar então, que ao pensar no todo estejamos sempre tocados pela singularidade de cada um.
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
É o Rui Harayama e está com um post recentemente publicado:
https://redehumanizasus.net/93035-se-eu-nao-posso-brincar-nao-e-a-minha-luta-5-anos-de-forum-sobre-medicalizacao-da-educacao-e-da-sociedade
Ele é um antropólogo na saúde e milita principalmente pela causa da desmedicalização da vida hoje.
A propósito, Loyanne, teus posts têm sido fundamentais por aqui. Sempre delicados e críticos.