QUANDO O CORDEL ENCONTROU O FLÚOR E A CARIOLOGIA PELA SEGUNDA VEZ

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A Cariologia é a parte da Odontologia que estuda a  cárie dentária, bem como suas formas de prevenção.  E com a ajuda científica do professor Dr. Jaime Cury (FOP-UNICAMP) fluiu um outro cordel em parceria com Luís Diniz:

 

 

APRESENTAÇÃO

 

“A arte existe porque a vida não basta” já dizia Ferreira Gullar.

A arte da artesã dentista aqui soma-se a arte de fazer versos e a arte de fazer parcerias.

E a vida vai se completando na arte e a arte  vai reinventando o profissional já com seus muitos anos de profissão.

 A arte vai sendo capaz de aproximar as pessoas, de dar solidez às relações humanas, até mesmo as  já existentes.

Aqui nesta  obra, há a intenção de misturar ciência e arte, de informar, de tornar a odontologia mais arte e mais próxima das pessoas.

Há também a prova de que os vínculos profissionais podem transformar-se ao longo dos anos em generosas parcerias laborais de versos. Esse foi o “Universo Alegre” encontrado no ambiente de um consultório odontológico, num dado momento em que Luís Diniz , paciente há dezoito anos de Cristine, se sensibilizou com alguns versos e propôs contribuir.

Fica registrado aqui a gratidão ao” Dedo Divino” que apontou na direção certa, na hora certa, na permissibilidade dos acontecimentos.

Fica registrado aqui a gratidão as nossas famílias , de Cristine  e de Luís Diniz, pelo o amor depositado diariamente e pelo entendimento dos  momentos de ausência em que nos debruçamos para a construção dos versos.

Fica registrado aqui a gratidão ao meu irmão Vlader Nobre Leite e  aos professores Jaime Aparecido Cury, Fausto Medeiros Mendes e Branca Heloísa Vieira pelo incentivo e pela ideia.

Fica o desejo aos leitores  de uma boa leitura, de um “deleite literário”,  de uma boa compreensão dos fatos narrados de forma poética, de uma vida com Amor e Arte.

                                                                                                           

                                                                                                          Cristine Nobre Leite

                          UM ROMANCE PRA DAR O QUE…ESCOVAR

 

 

Vou contar uma história

Que aconteceu no sertão

Comigo e uma bela moça

Lá pras bandas de São João

Formosa, cheirosa e doce

Prontinha como se fosse

Prá guardar no coração                 

 

Fui me aproximando dela

Olhando seu rebolado

Pele morena canela

Cabelo encaracolado

Que caía na cintura

Era uma formosura

Seu olhar amendoado

 

Uma noite de lua cheia

E eu com aquela visão

Vendo a morena tão bela

Vindo em minha direção

Resolvi sorrir pra ela

Mas a formosa donzela

Não me deu nem atenção

 

Fiquei cabreiro e triste

Com muita decepção

Acenei para a morena

Com total educação

Era solteira sei disso

Já que o anel de compromisso

Não via na sua mão

 

Cheguei bem perto e disse:

-Moça qual é sua graça

Com todo o meu respeito

Você é uma mulheraça

Beleza igual desse jeito

Falo do fundo do peito

Só sendo de outra praça

 

Finalmente ela parou

Me fitou com atenção

O meu nome de batismo

É Maria Anunciação

Moro lá em Nazaré

Entre Mari e Sapé

Bem pertinho de São João

 

Com a resposta percebi

Sua horrível dentição

Os dentes da sua boca

Formavam um amarelão

Amarelo desbotado

Eu fiquei encabulado

Seria medicação?

 

Considero o sorriso

Uma profunda expressão

Os lábios se desabrocham

Mostrando a dentição

Ato que na alma ecoa

É uma sensação muito boa

Como uma doce canção

 

Não podia perguntar

Pois dava má impressão

Uma morena tão bela

Carente de escovação

De clarear os seus dentes

Ficando bem mais decente

E melhorando a feição

 

 

Um amigo me falou

Que ali tinha muita gente

Que ao invés de usar pasta

Usa coisa diferente

Faz que nem um bicho bruto

Usando qualquer produto

Para limpar os seus dentes

 

 

Fiquei sabendo também

Lá mesmo em São João

Que o povo de Nazaré

Limpa dente com açafrão

E que naquele lugar

Sem querer exagerar

Dente é feio feito o cão

 

Minha avó já me contava

Que o povo antigamente

Usava cabeça de lebre

Prá limpar dente de gente

Só não se sabe direito

Se é remédio perfeito

Pra curar dente doente

 

Até fígado de lagarto

Giz, tijolo e urina

Uns sabores esquisitos

E que ninguém imagina

Receitas de todo jeito

Prá usar se tiver peito

Vindas até da latrina

 

Já desde o Egito antigo

Muita coisa se usava

Como Flor de Iris e menta

Prá boca que mal cheirava

A Pedra pomes polia

Chega o dente reluzia

Mas o esmalte desgastava

 

O povo usava de tudo

Chega fico admirado

É pedaço de carvão

Cinza de osso queimado

Prá clarear os seus dentes

Desse jeito decadente

Fico até preocupado

 

 

 

Tem muita gente bem simples

Que mora lá no sertão

Que usa casca do juá

Por falta de opção

O juá tem bom efeito

Espuma e limpa direito

Não precisa usar carvão

 

Muita coisa até chegar

A um creme dental bacana

O que tinha antigamente

Não era prá raça humana

Tanto dente era perdido

Muita coisa sem sentido

Por uso de coisa insana

 

Não existia pesquisa

Apenas a intuição

Ninguém comprava uma briga

Em busca de solução

A ciência capengava

E o povo é quem penava

Em torno da dentição

 

Vi um homem na TV

Doutor Jaime Aparecido

Falando de um tal Flúor

Mineral bem conhecido

E que segundo o doutor

Deixa o dente com valor

E bem mais fortalecido

 

Doutor Jaime também disse

Que existe muita invenção

Sobre a transmissão de cárie

Precisa a compreensão

Cárie não pega no beijo

Vem da falta de traquejo

E falta de escovação

 

 

 

Disseram ao doutor também

Que a cárie se pegava

Quando a mamãe do bebê

O alimento esfriava

Ao soprar sua papinha

Na boca da criançinha

A comidinha botava

 

O doutor aconselhou

Que gente de toda idade

De qualquer canto do mundo

Do dente tire a sujidade

Com produto fluoretado

Que dentrifício é chamado

E já é realidade

 

Mas prá ter um bom efeito

E prá dar ‘aquele clima’

Usar o flúor é preciso

Prá facilitar a rima

O flúor só tem valor

Se a concentração for

De mil ppm acima

 

E pra diminuir à cárie

Rever a alimentação

O açúcar reduzir

Não comer besteira não

O açúcar é perigoso

Tira o sorriso vistoso

E causa decepção

 

Conversei com Dr. Fausto

Dentista lá de São João

Ele então me confirmou

Flúor é bom pra dentição

Traz um grande benefício

Usando sem desperdício

Em boa concentração

 

 

 

No mercado já existe

Creme dental diferente

Há pasta de todo tipo

Para gosto exigente

Cuidam da gengiva e mais

Deixa o amarelão prá trás

Traz um sorriso atraente

 

Há creme com menta e juá

Para os dentes proteger

Outros têm bicarbonato

Que ajuda a interceder

Combatendo a gengivite

Parece coisa de elite

Para ninguém mais sofrer

 

Além do clareamento

Também ajuda à gengiva

A não ter mais sangramento

Deixando-a mais ativa

Previne a gengivite

E a periodontite

Que é doença incisiva

 

É preciso ter cuidado

Com propaganda ruim

Pois creme dental inventado

É um desastre sem fim

Bem usado eu lhe asseguro

O produto tem futuro

Seus dentes viram marfim

 

Tem que ser orientado

Por gente de competência

O bom uso do produto

Deixa os dentes em evidência

A coisa desordenada

É uma barca furada

Faz perder a paciência

 

 

Voltando para o começo

Da minha história narrada

Da morena que encontrei

Numa noite enluarada

Tinha um corpo escultural

Mas da boca tava mal

Precisava ser cuidada

 

Em uma longa conversa

Tive a oportunidade

De convencer a morena

A procurar na cidade

Uma dentista ‘bem franca’

Escolheu Doutora Branca

Com quem teve afinidade

 

Começou o tratamento

Que ao fim deu tudo certo

Deixando os dentes bonito

E o sorriso completo

Isso me deu alegria

Ver a morena hoje em dia

Com o sorriso bem aberto

 

Fiz questão de pagar todo

O custo do tratamento

Ver a morena sorrindo

Depois de um clareamento

Dente branco e jeito fino

Feito dente de menino

Foi pra mim um alimento

 

 

Foi um bom aprendizado

Sobre a Odontologia

Tudo foi interessante

As coisas do dia a dia

A profissão é marcante

Além de ser importante

Traz muita sabedoria

 

 

 

 

Aí você me pergunta

Quanto o romance durou

Te respondo com  tristeza

Que o tempo o desmanchou

Mas me deixou a certeza

De que valeu a presteza

Prá um homem que muito amou