Disciplina de mestrado da Fiocruz reflete sobre a docência para melhoria do SUS

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Antes de integrarem os quadros do Sistema Único de Saúde (SUS), os profissionais passam pela formação universitária. Nesse ambiente são gerados conhecimentos técnicos, teóricos, bem como valores para a vivência profissional. Pensando nessa realidade, o mestrado em Saúde da Criança e da Mulher, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ministrou a disciplina de Processos Pedagógicos, sob a coordenação da professora Dra. Susana Wuillaume.

O intuito do programa, – que atualmente recebe diversas áreas de atuação multiprofissional- é capacitar esses futuros professores do ensino superior a formarem profissionais aptos a terem um senso crítico, humanizado e atento às necessidades dos usuários do SUS. Ao longo da disciplina foram abordados os processos de ensino e aprendizagem; técnicas de ensino; planejamento; avaliação; metodologias ativas; e Ensino à Distância (EAD).

Nesse período foi desconstruída a falácia de que ensinar é uma detenção unilateral do docente, cabendo ao aluno, apenas a responsabilidade exclusiva de aprender, sem mediação. Ao contrário dessa ideia foi proposto um modelo de transposição didática, onde, tanto discentes, como professores trocam conhecimentos adquiridos, fortalecendo, dessa forma o processo de ensino e aprendizagem.

De acordo com Wuillaume, para que essa troca seja feita com eficácia é necessário que o professor planeje o projeto pedagógico, com intuito de viabilizar as metodologias ativas de ensino e aprendizagem. “Refletimos sobre o uso de metodologias diversificadas e o envolvimento dos alunos em sua aprendizagem, bem como, os motivos da apreensão de um tópico ou de se dominar determinada perícia, gerando dessa forma, discussão de conteúdos que possam representar o acesso a conhecimentos relevantes”, explicou.

Para exemplificar os métodos de ensino, a docente convidou os alunos a se dividirem em grupos e prepararem aulas, de acordo com seus conhecimentos posteriores, que englobaram amamentação, fisioterapia perineal, gestão de tempo, métodos para abordagem de notícias difíceis, tráfico humano, e media training. As apresentações foram divididas em aulas expositivas; expositivas dialogadas; práticas; e demonstrativas.

Segundo a biomédica Sheyla Goulart, que é aluna do mestrado e ministrou uma aula expositiva sobre a importância da amamentação, esse momento foi importante, tanto para ela, como para toda a turma. “Cada um de nós pôde compartilhar um pouco de sua vivência com a turma de forma prática, como deve ser a metodologia aplicada para fazer uma aula abrangente, participativa e construtivista”, destacou.

Também foram abordados nos encontros posteriores, métodos de formatação do conteúdo, sempre buscando a elaboração adequada, respeitando uma sequência lógica, com apresentação de tópicos, argumentações precisas e concisas, sendo um primeiro e largo passo para uma aula bem sucedida.

Como convidada para contribuir com esse momento de demonstrar a importância da formatação das aulas e o papel do docente, esteve a professora Dra. da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Otília Barbosa Seiffert. Ela enfatizou a importância da construção de pontes dos saberes para uma educação que promove a diferença, e influenciará na formação de profissionais que farão uma assistência humanizada ao atuarem no SUS.

Por fim foi apresentado o método de Ensino à Distância (EAD), que permite maior participação e descentralização do ensino. Na ocasião, a coordenadora geral de EAD da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp), Lúcia Maria Dupret, explicou como a Fiocruz tem inovado levando informação a gestores de saúde pública, em lugares onde não há acesso ao conteúdo oferecido na sede da instituição.