EDUCAÇÃO, SAÚDE E SEGURANÇA PÚBLICA NO COTIDIANO DO BRASILEIRO.

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Considerados parâmetros de equilíbrio nas sociedades desenvolvidas, a educação de boa qualidade, excelência na oferta e estrutura de serviços públicos de saúde, além de confiável organização das estratégias de segurança pública, respaldam indicadores de qualidade de vida com admiráveis índices de desenvolvimento humano. São também princípios básicos que determinam a sensação de bem-estar nos membros de qualquer sociedade em tempos de Paz.

No Brasil de hoje, lamentavelmente, harmonia entre esses parâmetros está longe de ser alcançada. A começar pela fragilidade da educação doméstica. Aquela que as crianças deveriam receber em casa, passada pelos pais e demais referências adultas do núcleo familiar. Sem princípios éticos norteadores da formação das crianças e adolescentes, ao contrário, pautadas na falta de limites e ausência de bons exemplos a seguir, os pais entregam seus filhos aos professores como problemas a serem resolvidos.

Problemas que eles mesmos criaram e não foram capazes de resolver, tampouco serão resolvidos na escola, mas, seguramente, debitados na conta dos professores. Muitos ameaçados e agredidos física, verbal e moralmente pelos alunos, contingente expressivo de professores, que, assustados, intimidados, e desesperançados, adoecem devido aos desgastes diários com uma geração que não busca a escola para aprender.

Doentes, os professores procuram atendimento na rede pública de saúde, pois seus salários mal pagam despesas básicas de sobrevivência, e acesso aos planos de saúde privados são para eles sonhos de consumo. Os atendimentos de saúde na rede pública são deficitários e raramente os pacientes conseguem consulta, avaliação e encaminhamentos resolutivos do problema/diagnóstico a ser tratado e resolvido. Profissionais desmotivados pela falta de tudo nos hospitais e médicos que atendem sem olhar na cara do paciente, sem fazer exame físico, sem ouvir as queixas principais do doente, não podem chegar ao diagnóstico preciso e exercer suas funções como deveriam.

Não é de hoje que bato na mesma tecla e não vejo alternativa melhor. Afinal, a falta de médicos para atendimentos básicos na rede pública brasileira poderia ser resolvida a partir de resolução simples, mas, que depende de coragem política. Basta exigir daqueles que fizeram seus cursos em universidades públicas, ou desfrutaram de benefícios públicos nas instituições particulares, a prestação de serviços compensatórios de interesse social nas unidades públicas municipais, estaduais e federais, em período equivalente ao estudado às custas dos impostos pagos pela população, inclusive por você que lê esta matéria. Regra que deveria ser aplicada aos egressos das diversas áreas de conhecimento, promovendo sobremaneira a qualidade dos serviços nas unidades de ensino, de saúde, segurança pública, entre tantas outras.

Evidente que não acabaria com os assaltos nas ruas, residências, empresas, como hoje predominam em todo canto, tal qual não resolveria gargalos da educação doméstica para que aos professores competissem exclusivamente atividades de ensino e aprendizagem. Prenunciaria perspectivas de viver em país mais organizado, seguro, justo, e fulcrado em parâmetros humanitários de civilidade.

Wiliam Machado