O mercado de trabalho em saúde e suas peculiaridades

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Neste tópico do mercado de trabalho, cabe lembrar todas as complicações de se remunerar o trabalho em um setor específico da economia com uso diversificado de especialidades de mão de obra e capacitação técnica. Acrescentamos o fato que os salários da maioria dos trabalhadores da área da saúde ser muito baixo. Sendo que a diferença entre o maior e o mínimo salário paga na área seja, por sua vez, muito alta.

Na saúde temos uma infinidade de carreiras, modos de contratação e papeis diferenciados conforme os níveis de complexidade de cada tipo de atuação profissional. Estes papéis, em relação ao sistema como um todo, surgirão diferentes se levarmos em conta que o sistema tem setores sub-financiados e outros com financiamento superavitário.

Uma categoria pode, por exemplo, ter relevância na estratégia da exploração mercadológica da prestação de serviços por deterem o privilégio de prescrever procedimentos e gerar gastos.

Assim, um médico no Brasil terá sucesso na carreira na medida em que for capaz de criar em torno de si uma indústria do cuidado por onde passem os fluxos de financiamento como a cirurgia plástica, cirurgia cardiovascular, área de transplantes, atendimento de traumatologia, etc.

Já nos EUA, um médico pode ser bem sucedido na carreira na medida em que vincular seu desempenho ao interesse da indústria farmacêutica, a produção de novas tecnologias ou, se simplesmente, for capaz de glosar procedimentos, gerando lucros para as seguradoras de saúde.

Não é a toa que no Brasil os seguros de saúde são chamados de “planos” de saúde. Esta nomenclatura aponta para a necessidade de integralidade na atenção à saúde. Já nos EUA, para seguirmos com a comparação, os planos de saúde privado são chamados de “seguros” de saúde.

Lá, portanto, a ênfase é na contratualidade individual e com preços diferenciados para cada tipo de cobertura. Na prática, somente os muito ricos podem comprar atendimento integral. Evidentemente, na prática, vemos que no Brasil os planos privados não são integrais e oferecem cobertura para conveniência de consultório e hotelaria, deixando para o SUS o custo com os procedimentos de alta complexidade que são os mais onerosos.