VOLUNTARIADO PARTE III

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Continuando o relato sobre voluntários, após realizar todo levantamento da comunidade, realizamos uma reunião com toda a diretoria, para definir prioridades.Como havia muito por fazer, decidimos dividir por áreas as ações, SAÚDE, EDUCAÇÃO, SANEAMENTO BÁSICO, ESPORTE, LAZER, EMPREGO E RENDA, ALIMENTAÇÃO.Sempre carreguei comigo, em deixar bem claro que a figura de presidente, no caso, naquele momento este cargo estava em minhas mãos, não é de comandar ou definir, e sim distribuir funções, tanto para não concentrar poderes, como também, para que todos tivessem condições de vivenciar e deixar fluir as suas idéias, para soluções. Pois bem, trabalhamos arduamente para o fechamento de uma fazenda próxima ao bairro, o que conseguimos junto a o ministério público, havia uma quadra de de futebol no bairro, abandonada, e o local que deveria ser usado para esportes, estava dominado por usuários de drogas, destruída, vidros dos vestiários quebrados, parte elétrica e encanamentos danificadas, mato etc… resolvemos assumir aquela quadra, desta maneira, angariamos fundos para sua reforma e participação da Prefeitura, que foi essencial, pois a partir daí, passamos a alugar horários de jogos, o que reverteu recursos para estruturar toda a Associação inclusive com compra de computador, pagamento de contador, compra de materiais para a quadra (bolas, redes, tintas, uniformes para a escolinha de futebol), esta escolinha reunia cerca de 300 crianças, a partir dai o bairro passou a ser referencia, para as competições municipais, sendo que os times de futebol de campo e quadra, adulto e infantil, participava de todos os campeonatos, sempre com recursos da Associação de Moradores, realizamos ainda por mais de uma vez, a reforma da quadra e do vestiário, agoar tudo limpo e com muito higiene. Com as sobras das construções das casas populares, fora construido um Centro Comunitário, no local implantamos de início, cursos de dança, formação de lideranças, reuniões mensais da Associação, curso de corte e costura, esportes como, capoeira, kung fú, até filmes em telão, o que nos possibiltou  uma aproximação maior com a população, uma vez que a maioria nunca tinha entrado em algum tipo de cinema ou teatro, usava-mos estes momentos para conversar com a comunidade, antes do filme, é claro, de forma breve e objetiva, como se fossem recados,  alí estavam, crianças, adolescentes,jovens,adultos e idosos…o filme era a chave para atender o público alvo, tema para crianças…filme para crianças,  e assim, uma vez por semana, tema para idoso…filme para idoso..tema para jovens …filme para jovens…o resultado é ESPETACULAR , o FEED BACK, era de uma maneira, que realmente me comoveu, lembro-me de uma situação, em que estava havendo vários arrombamentos em residências, mas 90% eram roubo de alimentos, geralmente menores, a convivência com a policia era cotidiana, a antiga rua Valinhos, hoje, rua Imaculada Conceição, era temida por todos, tiros e mortes, tráfico, mas havia muita gente trabalhadora e honesta naquele local, portanto a violência, as barbáries, o tráfico, a prostituição infantil, era realizados por poucos, que, não sentia a sensação do poder de SEGURANÇA PÚBLICA do ESTADO naquela localidade,isto me levou a analisar desta maneira, deveríamos separar o joio do trigo, mas como? resolvi então criar um grupo de jovens voluntários para trabalho comunitário, foi criado então o JUCAF – Jovens Unidos Contra Fome, este trabalho rendeu inúmeros benefícios, gincanas, festas e principalmente, promover a interação da polícia e a comunidade, o grupo saia geralmente aos domingos arrecadando alimentos para famílias carentes, por toda a cidade, agora adivinha quem transportava os alimentos??? a POLÍCIA MILITAR , SGT. Valdinês, do 12 BPM de MG, além de grande profissional, demonstrava toda sua vontade e creditação ao projeto, além de tornar,um grande amigo, era também conhecido por todos dentro da comunidade . Reunião da diretoria da Associação de Moradores, assunto: SEGURANÇA PÚBLICA, nesta reunião foi convocada a ASSEMBLÉIA GERAL DOS MORADORES, para criação do CONSEP, Conselho de Segurança Pública, durante  a Assembléia, notei que ninguém havia se escrito, percebí o medo nos olhares, refletiam: segurança???polícia???tráfico???eu polícia???, era claro que não arriscariam, então resolvi me inscrever, mesmo sabendo que por ser Presidente da entidade, o cargo era nato, o alívio, junto comigo, veio minha amiga Ednalva ( Dina), Nelson Jerônimo (Barriga), José Martins ( Zé Martins), e outros companheiros que não me lembro, só olhando o livro de ATA mesmo… fomos a primeira Associação de Bairro, a criar o CONSEP, por este motivo fui convidado , juntamente com outro amigo, ROCHA, Presidente de Associação do Bairro Santa Luzia e Canjeranus, a participar do curso de PROMOTORES DE POLÍCIA COMUNITÁRIA, ficamos um semana em Divinópolis, sobre a administração do 23 BPM MG, voltamos com a missão de criar o CONSEP a nível municipal, reunimos com a UNIÂO das ASSOCIAÇÔES DE BAIRROS, que organizava as reuniões nos bairros, logo e com o apoio do 12 BPM de Passos, estava criado o CONSEP. Voltando aos filmes, com os recados antes do filme, reduzimos drasticamente o número de arrombamentos, os jovens ordeiros estavam no projeto, os delinqüentes, ficaram separados e enfraquecidos, pois as crianças que usavam para chantagear, estavam em algum projeto, escolinha de futebol, capoeira etc…, e o pior ainda foi criado um conselho de segurança, ou seja a COMUNIDADE se organizaram contra o crime, o resultado foi notório e imediato, as praças e o bem público conservados, o povo passeando livremente nas ruas, até os filmes passaram a ser exibidos na Praça, pois o Centro Comunitário não suportava mais, e no centro Comunitário ainda havia, atendimentos médicos básicos, com voluntários trabalhando na distribuição de fichas, vale salientar que, tudo provisório e improvisado, até a conquista de um PSF para a comunidade. Com a implantação do PSF, acompanhei desde o começo, a qualidade da saúde dos moradores, quando pude perceber um grande numero de verminoses e anemias, tanto entre crianças como também entre os adultos, mais um problema que foi resolvido, graças a reativação da PASTORAL DA CRIANÇA, para isto fiquei em Belo Horizonte durante uma semana, quando formei em promotor da PASTORAL DA CRIANÇA, bendita seja a farinha MULTIMISTURAS, através de campanhas e orientações, em um ano, foi completamente revertido a situação. Estava indo tudo bem, mas como prevenir, já que faltava saneamento básico no que era conhecido como o bolsão de pobreza dentro do município, na época a prefeitura estava retirando bloquetes do centro da cidade, foi daí que surgiu a ideia de conversar com o prefeito, uma vez que aqueles bloquetes ja estava pago, solicitei uma doação para a comunidade, e prometi que calçaria aquela rua em regime de mutirão, o que foi feito. O trabalho continuava em ritimo acelerado, pois temos que aproveitar os momentos em que a população resolve participar, e não podíamos perder tempo. Vivendo e conhecendo a comunidade, percebi a dificuldade das mães manter seus filhos na escola, devido a distancia e também a falta de condições para comprar materiais, foi quando novamente voltamos ao poder público em luta por uma escola no bairro, conseguimos a vitória, com a construção da ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR SILAS ROBERTO FIGUEIREDO, que por acaso foi meu professor de ensino religioso, e que a pouco tempo, antes mesmo da construção da escola, foi brutalmente assassinado, com a escola, implantamos um trabalho junto as crianças, como, plantio de árvores, cada criança, plantava, dava o nome, e cuidava desta árvore, este projeto rendeu o plantio de mais de 500 mudas de arvores. Por hoje é só, logo voltarei para trocar com vocês, experiência de como combater a fome e gerar emprego e renda…até logo…