TREZENTOS TRABALHADORES PARTICIPAM DE FÓRUM DE HUMANIZAÇÃO NO PIAUÍ

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Refletir sobre as dificuldades, potências e estratégias de trabalho e discutir as experiências da Política Nacional de Humanização, foram alguns dos temas levantados e discutidos no I Fórum de Saúde e Trabalho à Luz da Política Nacional de Humanização realizado pelo Hospital Getúlio Vargas, que encerrou ontem (quarta-feira).
O evento foi direcionado aos gestores e funcionários, mas também contou com a participação de convidados de outras instituições de saúde, que durante três dias estiveram reunidos no auditório do Hospital e participaram de diversas atividades , proporcionando a troca de experiências e informações sobre a Política Nacional de Humanização (PNH).
Segundo o diretor do HGV, Carlos Iglézias, o encontro foi importante por colocar em discussão temas relevantes acerca da humanização, onde funcionários e gestores trocaram experiências e apresentaram propostas e soluções, além de ter proporcionado a promoção de debates sobre os modelos de atenção e de gestão nos processos de trabalho e de produção em saúde.
A auxiliar de enfermagem Maria dos Santos, que trabalha há 25 anos no HGV, diz que o Fórum foi uma oportunidade de todos manisfetarem sua opinião“ O Fórum foi um canal direto que nos deu a possibilidade de por em discussão temas relevantes, bem como apontar os problemas e soluções. Isso é muito bom para os pacientes e funcionários do Hospital”.
Para Zilma Bento, membro do GTH, o encontro foi importante porque oportunizou aos participantes conhecerem mais sobre a Política Nacional de Humanização e seus reflexos no ambiente hospitalar.. “Abordamos a relação de trabalho, a autoestima dos profissionais e, principalmente, a interação funcionário/usuário, que é componente essencial no que visa a dar maior dignidade ao atendimento”, explica.
O Evento

O Evento foi aberto pelo Prof. Dr. da Universidade Estadual do Ceará, Erasmo Ruiz, que falou sobre o Sofrimento e o Prazer no Trabalho em Saúde. Trezentos trabalhadores participaram do evento.

A Valorização do Trabalho e do Trabalhador e a Humanização deu a tônica dos debates na manhã de terça-feira (30) no segundo dia do I Fórum de Saúde e Trabalho à Luz da Política Nacional de Humanização, realizado pelo Hospital Getúlio Vargas, e que faz parte da programação desenvolvida pelo Hospital dentro dos princípios e diretrizes da Política Nacional de Humanização-PNH.
As conferencistas foram a consultora do Programa Nacional de Humanização (PNH), Annatália Gomes, e a profa. mestre da UFPI e membro do Comitê Estadual de Humanização, Lúcia Vilarinho, que falaram sobre a importância da relação funcionário/usuário no ambiente de trabalho em saúde, bem como da necessidade de envolver o coletivo para que todos possam participar do processo de humanização.
Em seguida foi a vez da coordenadora do Comitê Estadual de Humanização, Ana Maria Neiva Eulálio, proferir a palestra Motivação do Trabalhador no Hospital Público e a construção da PNH no Estado do Piauí, onde apontou o crescimento pessoal como a única forma de melhorar as condições de trabalho e o atendimento ao usuário, o que implica romper uma postura de responsabilizar o outro diante da insatisfação.
Segundo ela, o trabalho tem que ter um significado construtor e apaixonado para assumir compromissos e o profissional poder atuar melhor em qualquer área, principalmente na saúde. “Com uma nova postura frente ao desenvolvimento profissional, o que exige investimento próprio na ampliação e do domínio de novas competências para melhorarmos como ser humano e profissionais e romper com posições cômodas e sermos capazes de lidar com paradoxos, e desenvolver a competência para inovar, criar e gerar resultados”, completou.
A parte da tarde foi marcada pela realização do painel A Política de Saúde do Trabalhador no SUS, com a participação do diretor do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CERERST), Neylon Araújo, a coordenadora do Núcleo de Educação Permanente (NEP) do HGV, Zélia Madeira, e a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde do Estado do Piauí (SINDESPI), e tendo como moderadora a gerente de Enfermagem do Hospital, Luciane Formiga.
Segundo Zélia Madeira, dentro da política de saúde do trabalhador do SUS, a educação permanente tem como objeto de transformação o processo de trabalho, orientando para a melhoria da qualidade dos serviços. “O HGV realizou um perfil do trabalhador, onde foi descoberto que a maioria são servidores há mais de 20 anos, e que estão com vontade de serem capacitados.Com esse objetivo foi realizado treinamento, a realização da Semana Científica. Em 2009 foram capacitados 210 funcionários e em 2010, 185 funcionários. Os desafios do NEP do HGV, é estruturar as pós-graduação para todos os trabalhadores do SUS”, destaca.
Dentro da Programação, a presidente do SINDESPI, Elizabete Duarte, disse que só existe a humanização se tiver a participação do gestor, do trabalhador e do usuário. Segundo ela, a política de humanização é uma política transversal que penetra em todas as áreas profissionais e requer uma gestão participativa.
A programação do segundo dia do Fórum foi encerrada com a realização grafitagem e pichações em placas instaladas na Praça de Eventos do Hospital sob a coordenação do bacharel em Sociologia e grafiteiro, John Wend. O tema foi o levantamento das dificuldades e possibilidades da valorização do trabalho e do trabalhador no HGV.
 

ACOLHIMENTO
A Política Nacional de Humanização no SUS foi o tema da discussão que deu início às atividades do último dia do I Fórum de Saúde e Trabalho à Luz da Política Nacional de Humanização, promovido pelo Hospital Getúlio Vargas (HGV) e que tem como objetivo principal fortalecer a prática do acolhimento ao usuário que busca atendimento no Hospital.
Segundo a consultora da PNH, Annatália Gomes, que proferiu a palestra, humanizar a saùde é reconstruir relações mais afirmativas dos valores que orientam a política pública de saúde. “ A Política de Humanização iniciou em 2003, e a partir daí as unidades de saúde de todo o Brasil vêm tentando implementar ações e serviços que promovam uma melhoria da atenção e da gestão, como é o caso do HGV”, disse.
Depois foi a vez da apoiadora da PNH e assistente social do Hospital Infantil Lucídio Portela (HILP), Emília Alves, falar sobre Acolhimento do Trabalhador do SUS. Segundo ela, o acolhimento deve ocorre de forma integral como um processo de inclusão. “ O acolhimento é transversal, pois não se dá apenas no campo do usuário. Ele se estende também para quem cuida, ou seja, o trabalhador”, explica.
O prof. dr. da Universidade Estadual do Ceará, Erasmo Ruiz, ressalta que a realização do Fórum de Humanização foi importante para que o trabalhador do HGV possa refletir sobre o seu trabalho e como se projeta como sujeito nesse trabalho. “O HGV nunca mais será o mesmo diante dessa procupação em relação à política de humanização”, enfatiza.
De acordo com diretor do Hospital, Carlos Iglézias, foi solicitação da secretária Estadual da Saúde, Lílian Martins , que a gestão do Hospital promovesse uma discussão e estimulasse a gestão participativa. "Nossa intenção é que nosso atendimento tenha cada vez mais qualidade e possamos receber não somente os usuários, mas também os funcionários de forma mais adequada e humanizada, e esse fórum é um canal de discussão do que precisa ser realizado”, explica.
Vera Xavier, coordenadora da Unidade de Processamento de Roupas, diz que o Fórum além de possibilitar a divulgação do dispositivo de humanização, através da prática do acolhimento, também serve para levantar as principais dificuldades na construção desse trabalho. “ Se queremos melhorar a nossa atuação como profissionais e gestores, temos de conversar e discutir nossos problemas, e é o que estamos fazendo”.