Como primeira ação que caminha para a criação de um projeto de extensão universitária ofertado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas, coordenado pelo Prof. Sr. Sérgio Seiji Aragaki, estamos realizando um minicurso de extensão universitária intitulado “Saúde Mental e Atenção Psicossocial: aspectos históricos e práticas de cuidado”, de 11/05 a 13/07/2022, com carga horária total de 24h.
Contamos com estudantes de Medicina, Enfermagem, Psicologia, Direito e Terapia Ocupacional, que têm conhecido e debatido sobre a história da atenção na saúde mental, com destaque para a Reforma Psiquiátrica e a Luta Antimanicomial, alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável “Educação de Qualidade” e “Saúde e Bem-estar”.
Objetivos Gerais:
- Apresentar e discutir a respeito da atenção à saúde mental da antiguidade até a atualidade, com destaque para a humanização da saúde, a Reforma Psiquiátrica e a Contra Reforma Psiquiátrica.
- Compartilhar conhecimentos a respeito da Clínica Ampliada, Projeto Terapêutico Singular e Matriciamento.
- Compartilhar experiências do trabalho desenvolvido na área, em dispositivos substitutivos existentes em Maceió-AL, considerando a humanização da saúde e os direitos das pessoas usuárias da saúde mental.
- Estimular a busca de novos conhecimentos a respeito do campo da Atenção Psicossocial, alinhados à humanização das práticas de saúde e direitos na área de saúde mental.
- Despertar e/ou fortalecer o interesse no desenvolvimento de ações práticas, incluindo pesquisas, junto à população usuária de serviços de saúde mental.
Temos conversado sobre a existência dos hospitais psiquiátricos e das comunidades terapêuticas e de como elas violaram e violam direitos. Compartilhamos conhecimentos, reflexões e aprendizados a respeito dos dispositivos substitutivos aos manicômios, com destaque para aqueles existentes no contexto local, problematizando sobre as forças que coproduzem a inexistência ou existência frágil desses dispositivos. Também temos debatido a respeito do proibicionismo e da Política de Redução de Danos e de algumas consequências da adoção de uma ou outra dessas políticas na vida das pessoas, famílias e sociedade. Trataremos, em breve, sobre medicalização na área de Saúde Mental e de práticas desmedicalizantes.
Todos esses temas presentes em nossas conversas tem colaborado para uma formação antimanicomial, com a possibilidade de termos profissionais que ajam para a ampliação da Clínica; com mudança das relações de saber-poder, para inclusão e cogestão de cuidados entre todas as pessoas presentes no processo de produção de saúde. As propostas de ação junto às pessoas usuárias, familiares e que trabalham na área da saúde mental serão formuladas, dialogadas, negociadas e executadas – esperamos – a partir do segundo semestre desse ano.
Pela defesa da humanização da saúde e do cuidado em liberdade!
Por Mauricia Oliveira
Nenhum passo atrás, seguimos juntes por uma sociedade sem manicômios!