Educação Permanente à equipe multiprofissional visando a humanização dos cuidados às crianças.

Projeto apresentado no Programa de Pós-Graduação em Ensino em Saúde – Mestrado Profissional da FAMEMA, na disciplina: Humanização dos cuidados em saúde.

Docentes: Profª. Drª.Magali Aparecida Alves de Moraes e Profª. Drª. Danielle Abdel Massih Pio

Autoras: Caroline May Terciotti Cury; Maria Júlia Guimarães Pelegrina Grancieri; Nathália Meneghin Meschini

Proposta de intervenção: Educação Permanente à equipe multiprofissional visando a humanização dos cuidados às crianças hospitalizadas.

A Política Nacional de Humanização, criada em 2003, propõe melhorias na integralidade do cuidado e na assistência dos profissionais de saúde à população. Por meio do estabelecimento de vínculos, da construção de atendimento em conjunto, da escuta qualificada e do trabalho em equipe, os profissionais de saúde promovem um atendimento empático e afetuoso ao usuário.1

Com enfoque na população pediátrica que possui peculiaridades do atendimento em saúde, os profissionais da parentalidade2 necessitam de uma assistência individualizada e centralizada nas demandas e singularidades deste público. Além do uso de recreação, de uma atmosfera lúdica e de criatividade, a equipe deve estar preparada para realização dos procedimentos necessários com cordialidade e humanização.3

Tendo em vista que o ambiente hospitalar pode proporcionar, em muitas ocasiões, uma vivência dolorosa e traumática tanto para a criança, quanto aos seus responsáveis, a humanização vem como mecanismo de renovação do cuidado, dando um novo olhar à experiência enfrentada pelo usuário, reduzindo os impactos psicossociais e a vulnerabilidade enfrentada em internações pediátricas. 4,5

Deste modo, propomos a criação de um programa de Educação Permanente (EP) em cuidados humanizados para a equipe que cuida dos pacientes internados no setor de pediatria.6 A proposta de intervenção tem como intencionalidade educacional, a realização de encontros quinzenais no cenário hospitalar através da metodologia Espiral Construtivista (EC)7, estimulando a participação ativa de todos os profissionais através da apresentação da proposta, identificação do problema e explicação do mesmo, da busca de informação e da criação de nova estratégia de atuação.

A diretoria do hospital promoverá a apresentação da proposta de EP, com a intencionalidade de humanização do cuidado ao paciente pediátrico à equipe assistencial (enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem, psicólogos, fisioterapeutas e nutricionistas). Esta equipe identificará as situações problemas que impedem a promoção das práticas de humanização, realizará busca na literatura para a criação de nova síntese e retornará com propostas de intervenções e atividades de melhorias no cuidado parental articulada às necessidades da criança e de seus familiares.

A implementação da proposta de humanização criada pela equipe assistencial será realizada através do auxílio da diretoria do hospital e sua avaliação acontecerá a partir da análise das respostas de formulários de sugestões presentes nas alas pediátricas contendo elogios, críticas e sugestões de melhorias respondidas pelos responsáveis dos pacientes que permanecerem internados no setor. Estas avaliações serão pautas para nossos encontros mensais para manter o processo em constante melhoria.

Portanto, por meio da vivência humanizada em saúde, do diálogo entre a equipe, o paciente e a sua família, das práticas profissionais agradáveis e gentis, promovemos a qualificação e o enriquecimento da assistência prestada com empatia e solidariedade.

Referências bibliográficas:

1. HumanizaSUS. Política Nacional de Humanização. Canais de comunicação do HumanizaSUS – Ministério da Saúde, 1ª edição, 2014. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_humanizacao_pnh_folheto.pdf

2. Escola da Parentalidade: A humanização do cuidado na saúde infantil: todo enfermeiro deve conhecer essa tendência. Agosto, 2017. Disponível em: https://escoladaparentalidade.com.br/humanizacao-do-cuidado-na-saude-infantil/#:~:text=Quando%20falamos%20em%20humaniza%C3%A7%C3%A3o%20do,%C3%A0%20crian%C3%A7a%20e%20seus%20familiares.

3. Paiva CBN, Barros SMM de. Representações sociais da humanização em pediatria hospitalar entre profissionais de saúde. Psicologia em Estudo [Internet]. 2023 Dec 11;28:e54532. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pe/a/h4xszcQyHnmhwG4mGw3zY7q/

4. Esteves CH, Antunes C, Caires S. Humanização em contexto pediátrico: o papel dos palhaços na melhoria do ambiente vivido pela criança hospitalizada. Interface – Comunicação, Saúde, Educação [Internet]. 2014 Dec;18(51):697–708. Disponível em: https://www.scielo.br/j/icse/a/PjZKndSsG7yQSxNLFdH66Nq/?format=pdf

5. Tomás S, Silva S, Marques G, Fernandes R, Barcelos O. Estratégias para a humanização dos cuidados à criança – intervenção do enfermeiro especialista em saúde infantil e pediátrica. Jornal de investigação médica, 2023. Disponível em: https://comum.rcaap.pt/bitstreams/d324aec4-b9b3-4404-b633-fcc65e9c7d83/download

6. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: o que se tem produzido para o seu fortalecimento? / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Departamento de Gestão da Educação na Saúde – 1. ed. rev. – Brasília: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_educacao_permanente_saude_fortalecimento.pdf

7. Lima VV. Espiral construtivista: uma metodologia ativa de ensino-aprendizagem. Interface – Comunicação, Saúde, Educação [Internet]. 2016 Oct 27;21(61):421–34. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/icse/v21n61/1807-5762-icse-1807-576220160316.pdf