Vida longa e potente à Rede HumanizaSUS
Companheiros da Política de Humanização,
O HUMANIZASUS vem a cada dia se fortalecendo e se qualificando como uma política pública, como uma política do SUS. A cada ano, a cada semestre e mês temos tido a oportunidade de ampliar nossas frentes de trabalho, as quais além de produzir efeitos direitos nas organizações e equipes que ali atuam, tem por mote a criação de condições políticas, técnicas e institucionais para a implementação dos dispositivos da política em territórios, serviços e equipes de saúde. Este processo tem se apresentado de forma muito dinâmica e, em cada ação intensiva ou extensiva, como temos diferenciado, temos propiciado a produção de uma série de outras, fazendo com que PNH se interiorize, se ramifique e aconteça como orientação política para gestores, trabalhadores e usuários, e como prática social. Em qualquer uma de nossas frentes de ação, sejam elas de apoio institucional a redes ou de processos de formação, sejam de difusão ou produção de material, temos deixado a marca de fazer acontecer uma PNH que ultrapasse os limites da máquina de Estado, estendo-a como prática social espraiada no território e dos coletivos. Este movimento e opção ético-política nos exige a criação de processos e instrumentos que tornem possível a comunicação entre as várias experiências desenvolvidas por nós – o Coletivo Nacional – e pelo conjunto de sujeitos que tem tido a coragem, a audácia e a capacidade de pôr em questão os modos de gerir e os modos de cuidar em saúde, reorientando-os, então, pelos princípios, método e diretrizes da Política de Humanização. É desta exigência e como uma aposta de aquecer a rede que estamos constituindo que estamos lançando no 1º Encontro do Coletivo Nacional da PNH de 2008 a REDE HUMANIZASUS. Com ela queremos por em contato, conectar e interligar sujeitos e suas experiências de humanização, para que ali encontrem espaço e possibilidades não apenas de trocas, mas de produção coletiva de sentidos para suas experiências, as quais podem, então, sofrer influências e influenciar. Em outras palavras: acionar redes para a produção de inteligência coletiva. Mas devo alertar-lhes que esta rede traz um conjunto de novidades. Não se trata propriamente de uma rede do Ministério da Saúde, muito embora ele tenha um papel bastante relevante na sua construção e animação, sobretudo neste momento inicial. Queremos uma rede que, a exemplo da PNH, ultrapasse os limites da máquina de Estado, tensionando-a para o acolhimento dos movimentos – da saúde em nosso caso, orientados para a democratização, portanto, para a ampliação da qualidade e efetividade das práticas de saúde. Assim, está é uma rede literalmente aberta, acolhedora de experiências e experimentações de sujeitos e coletivos no processo de recriação dos modos de gestão e de atenção, recriação no sentido da democratização da gestão e do acesso, da dignificação do trabalho, da ampliação da responsabilidade e qualificação dos vínculos, diretrizes que potencializam a produção de mais saúde para mais pessoas. Sintam-se, cada um de vocês, da rede, seus construtores, seus animadores. A aposta é que com ela recriemos a própria experimentação da política, radicalizando nossa opção por qualificar o SUS como uma política justa, eqüitativa e solidária.
Um abraço a todos, Dário Frederico Pasche,
Coordenador Nacional da PNH Brasília, 20 de fevereiro de 2008