O significado da saúde na sociedade marcada pelo consumo

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          Qual é a sua concepção de saúde? Essa pergunta pode parecer clichê e desnecessária. Mas, ao meu ver, pode ser resposta de algumas questões que irei propor aqui.
          Quantos de nós não nos conformamos em sair de um consultório após uma consulta sem no mínimo um pedido de exame, um encaminhamento para um especialista, e pelo menos dois medicamentos prescritos? Quantos de nós não reforçamos o hábito de “queixa-conduta” predominante no modelo de atenção à saúde atual? Para que investir em ações de prevenção e promoção se temos o “poder de comprar saúde”?
           O individualismo, a saúde/doença como mercadoria, a medicalização dos problemas, o estímulo ao consumismo médico, a ênfase no biologismo. Tudo isso são características do modelo médico hegemônico de atenção à saúde no Brasil, que por sua vez, tira os usuários do seu lugar de indivíduos com necessidades e os colocam no lugar de ‘pacientes consumidores’. Por que será que temos necessidade de que, no final, seja produzido um resultado ou efeito que tenha vindo, necessariamente, de um meio material? O que nos faz acreditar que para termos ‘saúde’ se faz necessário o consumo, seja de um procedimento, de um medicamento, ou até mesmo de um serviço?

Por que aceitar a saúde como bem meritório e não como um direito de cidadania?

 

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