Operacionalização das Redes de Atenção à Saúde (RASs)
A operacionalização das Redes de Atenção à Saúde (RAS) ocorre por meio da interação entre três elementos constitutivos:
A população/região de saúde definidas: que é colocada sob a responsabilidade sanitária e econômica de uma rede de atenção onde é preciso estabelecer as necessidades de saúde da mesma segundo seus riscos além de implementar e avaliar as intervenções sanitárias promovendo o cuidado a fim de preservar, recuperar e melhorar a saúde das pessoas e da comunidade viabilizando a operacionalidade do sistema.
A estrutura operacional: é constituída pelos nós das redes e pelas ligações materiais e imateriais que comunicam esses diferentes nós de atenção à saúde, ou seja, lugares institucionais onde se ofertam serviços de saúde e pelas ligações que os comunicam. Os componentes que estruturam as RAS incluem: A estrutura operacional das redes de atenção à saúde compõe-se de cinco componentes: o centro de comunicação (coordena os fluxos e contrafluxos do sistema de atenção à saúde e é constituído pela atenção primária à saúde), os pontos de atenção secundários e terciários (ofertam determinados serviços especializados e se diferenciam por suas respectivas densidades tecnológicas); os sistemas de apoio (lugares institucionais das redes onde se prestam serviços comuns a todos os pontos de atenção à saúde); os sistemas logísticos (soluções tecnológicas que garantem uma organização racional dos fluxos e contrafluxos de informações, produtos e pessoas nas redes de atenção à saúde, permitindo um sistema eficaz de referência e contrarreferência das pessoas e trocas eficientes de produtos e informações); e o sistema de governança da rede de atenção à saúde (arranjo organizativo que permite a gestão de todos os componentes das redes de forma a gerar um excedente cooperativo entre os atores sociais aumentando a interdependência entre eles a fim de obter resultados sanitários e econômicos para a população adscrita).
O modelo de atenção à saúde: organiza o funcionamento das redes de atenção, articulando as relações entre as populações por riscos, os focos das intervenções do sistema de atenção à saúde e os diferentes tipos de intervenções sanitárias, definidos em função da situação de saúde, demográfica, epidemiológica e dos determinantes sociais da saúde, vigentes em determinado tempo e em determinada sociedade. A implantação de modelos de atenção à saúde que, em geral, expressam-se num tipo de classificação de riscos. Isso se deve a que, nas condições agudas, a variável-chave para a organização das redes de atenção às urgências e às emergências é o tempo-resposta em relação ao risco o que exige uma intervenção concomitante.
Há, na literatura evidências de que as redes de atenção à saúde podem melhorar a qualidade clínica, os resultados sanitários, a satisfação dos usuários e reduzir os custos dos sistemas de atenção à saúde.
Fonte: DAB (Departamento de Atenção Básica)