Terras ocupadas

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Terras ocupadas
Elaine Perez

Nossas terras choram e escrevem diários  de um cotidiano educacional corporificado em movimentos de resistência.
Decisões desapropriam , fecham,  encolhem, desorganizam, fragilizam e acusam a falta de interesse em assumir compromissos que testemunhem o envolvimento com as comunidades escolares.
Protocolos denunciam os reais "interesses" .
Tudo falta quando o "negócio" tratado envolve a tão proclamada "Educação de qualidade para TODOS" ou o desgastado discurso da " Gestão Democrática".
Não pense que teremos direito ao que reza no "contrato".
Esqueçamos as promessas, somos vistos como inquilinos.
Esvaziem os espaços!
A ordem é intimidar, desterritorializar.
Não esqueçamos também que a territorialização e  desterritorialização das escolas  dizem respeito a problemas concretos de construção e de destruição, de desocupação e ocupação dos territórios da educação. 
Linhas de fuga são traçadas por espaços tomados pelo desejo da educação menor, ou seja, dos alunos, das turmas, do cotidiano escolar, das relações professor/aluno, da comunidade escolar.
Essa educação vai muito além daquela educação maior, sabe, àquela das políticas, das secretarias, dos governos,  das portas fechadas.
Nossas terras rasgam o chão e abrem fendas por onde deslizam a potência das linhas tecidas pelos movimentos coletivos, que desejam que amanhã os portões das escolas recebam os alunos, os professores, as equipes, os pais,  para mais um dia de aula .
" Você tem sede de que?
  Você tem fome de que?…"