Tire suas dúvidas sobre a profilaxia pré-exposição (PrEP) com o segundo vídeo da série Papo Saúde

8 votos
Outros
Telessaude SC 21/06/2017

O Papo Saúde está de volta! Desta vez, a nossa conversa é pautada na profilaxia pré-exposição (PrEP), novo tratamento adotado pelo SUS para prevenção de infecções pelo HIV. Explicamos qual é a droga utilizada e como funciona o tratamento, a importância do seu uso combinado com outras formas preventivas e a relevância desse assunto para a população brasileira. Também levantamos a discussão sobre a mudança de comportamento sexual e sobre a educação sexual das pessoas em geral, problematizando o conceito de “grupo de risco”. Confira o vídeo aqui.

 

Papo Saúde é uma série de vídeos que aborda as novidades científicas e de políticas públicas na área da saúde. O objetivo é ampliar as reflexões e a compreensão sobre saúde e cidadania de forma descontraída, sem perder o foco no interesse público e na relevância das discussões propostas. Compartilhe o vídeo com a sua equipe e amigos!

Mande as suas sugestões de temas, críticas e correções para que continuarmos desenvolvendo um trabalho em sintonia com você! Acompanhe o Telessaúde SC no Facebook e também no nosso site.
 
Post relacionado a: Florianópolis, SC
Tags

4 Comentários

Faça login para comentar e recomendar este post a outros usuários da rede.

Por Emilia Alves de Sousa

Excelente a criação desse canal trazendo conteúdos relevantes, como a série de vídeos que dá passagens a  informações/orientações necessárias para a saúde da população!

Trabalho com uma iniciativa de educação em saúde, e vou apresentar esses vídeos à equipe para enriquecer os debates dos temas alusivos!

Valeu pelo compartilhamento!

AbraSUS!

Emília

Por deboraligieri

Carxs amigxs do Telessaúde SC.

Assisti ao vídeo e achei bastante claro e leve de acompanhar, tratando de um assunto sério e complexo de maneira descomplicada, tornando a informação acessível a todas as pessoas. Gostei principalmente da abordagem sobre a população de risco (ou população alvo), ressaltando o conceito como ultrapassado, visto que qualquer pessoa pode contrair o HIV. Em 2015, durante o webinário “Formação, participação cidadão na saúde e Ver-SUS: que conexões?” da Rede HumanizaSUS, o ativista do movimento social em defesa das pessoas soropositivas Renan Moser debateu um pouco essa questão, rechaçando o termo “população chave” por ser extremamente preconceituoso (https://redehumanizasus.net/93494-veja-como-foi-o-webinario-formacao-participacao-cidada-na-saude-e-ver-sus-que-conexoes).

Deslocar o risco das pessoas para o comportamento pode ser uma forma de evitar estigmas geralmente carimbados sobre cidadãos socialmente e economicamente vulneráveis. Por outro lado, o foco da política no comportamento não revelaria um dispositivo de controle dos corpos? E o termo “comportamento de risco” não seria um eufemismo que apenas tenta amenizar o estigma? Nessa linha de raciocínio a página “Loka de Efavirenz” debateu o assunto defendendo que “ainda tem muita gente e muitas instituições por ai que, a fim de estigmatizar e violentar ainda mais esses corpos, utilizam vários eufemismos, como “comportamento de risco”, “população-chave”, e blablabla… Mas nós já deveríamos ter aprendido que desestigmatizar o HIV é também prestar atenção na violência dos nossos discursos, na forma como eles recaem e nos faz parecer como “disforias”, aberrações, seres doentes, e prontos para sermos medicalizados… Com esses discursos passamos a ser vistos como vetores e somos constantemente culpabilizados e tidos como responsáveis pelo crescimento da epidemia de HIV/AID$. ” (https://www.facebook.com/LokadeEfavirenz/photos/a.277362732628873.1073741828.277094272655719/423347161363762/?type=3&theater).

No Brasil, o maior risco ainda é a pobreza fruto da extrema desigualdade sócio-econômica, e somente através de políticas públicas conseguiremos promover saúde e ao mesmo tempo combater iniquidades. Que o PrEP recém incorporado ao SUS sirva a estes fins.

Abraços,

Débora

“Formação, participação cidadã na saúde e VER-SUS: que conexões?”
“Formação, participação cidadã na saúde e VER-SUS: que conexões?”
    Por Ricardo Teixeira

    Concordo, Débora.
    Eufemismos como “população-chave” reeditam a noção de “grupo de risco” e trazem junto com ela todos os aspectos negativos tão amplamente criticados no início da epidemia. O próprio vídeo admite isso e faz contorcionismos ao final para tentar minimizar esse efeito. Mas não funciona. O caráter estigmatizante está inscrito no coração da estratégia da PrEP , ao “marcar” os indivíduos que pertencem a grupos cujos modos de vida estão associados a comportamentos de risco (excetuando-se apenas, entre os mencionados, os casais sorodiscordantes).
    O único ponto do seu comentário que eu diria de outra forma é quando você diz que “o maior risco ainda é a pobreza”. Eu diria que a pobreza, sem dúvida, é um fator importante de vulnerabilidade à epidemia. Isso para resgatar a importante ferramenta de enfrentamento da epidemia que a noção de vulnerabilidade, que parece ter sido esquecida. A pobreza é importante como fator de vulnerabilização para praticamente qualquer doença, mas no caso da epidemia de HIV não sei se é a mais importante. Inúmeros estudos realizados nas últimas décadas demonstraram que contribuem enormemente para a vulnerabilidade social, fatores como o grau de respeito aos direitos humanos, o combate do preconceito e da violência social contra grupos de “orientação sexual” não heteronormativas e o combate à desigualdade de gênero. O Brasil avançou no combate à AIDS e seu programa nacional foi uma referência mundial nos tempos em que a preocupação com essas dimensões estava no centro das suas estratégias. Enfim… Que mais dizer?
    Ah, dizer também que considero inadequado dizer no vídeo que o Truvada “imuniza”. Quem imuniza são as biotecnologias que levam à produção de anticorpos, como as vacinas. O Truvada age por uma mecanismo molecular de outra natureza, que impede a replicação do vírus no organismo. O termo “imunidade”, mesmo no imaginário leigo, costuma estar associado a uma proteção mais duradoura, como aquelas que estão associadas ao uso de uma vacina. Não sei… Acho que dava pra usar outra expressão.

Por maria cristina horta vilar

Eis um tema que ultrapassa em muito o caricato “saúde/doença”. Cidadania, respeito, autonomia ….. biopolítica. E o que dizer da possibilidade real de acesso?