Equipamento de proteção individual

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De acordo com a OMS, os profissionais de saúde apresentam maior risco de desenvolver doenças infecciosas comparados a população em geral, devido à maior chance de exposição à carga viral durante o período laboral. Em doenças como a COVID-19, além da transmissão por gotículas e contato, há exposição a procedimentos geradores de aerossóis durante a assistência a esses pacientes. Os profissionais da saúde podem agir como potenciais transmissores assintomáticos, infectando outros pacientes, profissionais e familiares.
A COVID-19 é uma doença com alta infectividade (duas vezes maior que a da gripe), o que significa que uma pessoa doente pode infectar até três pessoas (R0 = 2,2; 95% IC, 1,4 – 3,9) mesmo com pequena quantidade de material infeccioso.

Orientações e recomendações para prevenção e controle de infecções hospitalares. Considerando a norma regulamentadora (NR) 6 do Ministério do Trabalho6, equipamento de proteção individual (EPI) é “todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos à segurança e saúde no trabalho”. A especificação do uso de EPIs no âmbito hospitalar é definida por recomendações da Vigilância Sanitária, mediante o risco de exposição do profissional de saúde ao material biológico, que vão desde precaução padrão, até precauções específicas, como a definida para o atendimento aos pacientes com COVID-19.

Em relação à COVID-19, um estudo analisou 1070 amostras coletadas de diferentes sítios de 205 pacientes e identificou presença do vírus em: lavado broncoalveolar (93% das amostras), escarro (72%), swab nasal (63%), biópsia por fibrobroncoscopia (46%), swab faríngeo (32%), fezes (29%), sangue (1%) e zero em amostras de urina7. A partir disso fica claro que os EPIs devem ser utilizados por toda equipe multidisciplinar, em todos os momentos da assistência aos pacientes suspeitos ou diagnosticados com COVID-19, quando exista possibilidade de contato com esses materiais.
Assim, recomenda-se que toda a equipe deve ser treinada e retreinada sistematicamente no uso adequado de todos os EPIs (colocação e retirada, assim como armazenamento de materiais de reuso, como os respiradores N95 ou PFF2 (peça semifacial filtrante), N99, N100 ou PFF3 e escudos faciais (splash face Shields). Os funcionários com barba devem ser alertados que a presença de barba pode não garantir um bom ajuste de vedação da máscara e diminuir a capacidade de proteção do equipamento.

EPIs de uso individual a serem utilizados pelos fisioterapeutas atuantes em UTIs.
Os fisioterapeutas deverão utilizar os EPIs de acordo com o local de atendimento dentro da unidade hospitalar e a possibilidade ou não de exposição a aerossóis. Os EPIs que analisaremos são
principalmente os equipamentos de proteção respiratória (EPR): máscara ou respirador; óculos e escudo facial; capote/avental/touca ou macacão; e luvas, além da forma de colocação e retirada dos mesmos. Esses procedimentos podem ser visualizados no tutorial de paramentação e desparamentação, disponível no site da Escola de Educação Permanente do Hospital das Clínicas  – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo https://eephcfmusp.org.br/portal/coronavirus#vtab3

Bibliografia:

RECOMENDAÇÕES SOBRE O USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL (EPIs) NO AMBIENTE HOSPITALAR E PREVENÇÃO DE
TRANSMISSÃO CRUZADA NA COVID-19.

Autores:Darlan Laurício Matte, Lucas de Assis Pereira Cacau, Luis Felipe da Fonseca Reis, Mariela Cometki Assis. COLABORAÇÃO E ANUÊNCIA: Comitê COVID-19 da ASSOBRAFIR