Abordagem das Diretrizes da Política Nacional de Humanização (PNH) com estudantes de medicina.

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O desafio de abordar as Diretrizes da Política Nacional de Humanização (PNH) com estudantes do Curso Médico, na ESF.

O Programa de Aproximação Progressiva à Prática da Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste Paulista (PAPP/ FAMEPP/UNOESTE), no Campus de Presidente Prudente, insere os acadêmicos da Graduação de Medicina em cinco Estratégias Saúde da Família (ESFs) nos municípios de Presidente Prudente e Álvares Machado, desde o primeiro termo do Curso.

Nós Facilitadores, utilizamos Metodologias Ativas de Ensino e Aprendizagem, no Currículo por Competências e buscamos abordar: Atenção Individual, Coletiva, Processos de Trabalho e Educação em Saúde, no cotidiano das ESFs. As Diretrizes da Política Nacional de Humanização são abordadas com os estudantes, que participam nas ESFs como membros das equipes interprofissionais. Os arranjos de trabalho, nas Unidades de Saúde, partem de orientações clínicas, éticas e políticas.
Os Estudantes são estimulados a entender melhor alguns conceitos que norteiam o trabalho da PNH.
Uma das abordagens trazidas para as reuniões de equipe, esteve relacionada ao Acolhimento. Acadêmicos foram estimulados a irem para a busca e trazerem informações referenciadas, nos encontros de Educação Permanente (EP) para a Equipe da ESF São Pedro.
Os estudantes consideraram, que acolher é reconhecer o que o usuário do SUS traz como
legítima e singular necessidade de saúde.
Lembramos, na EP, que as Necessidades de Saúde se dividem em: “Condições de Vida, Acesso às Tecnologias que prolongam a Vida, Vínculo entre Equipe e Usuários SUS e Autonomia”. Estudantes consideraram que o
acolhimento deve sustentar a relação entre as equipes, entre os serviços e usuários e das populações. Os aprendizes explicaram que o acolhimento é construído de forma coletiva, por meio da análise dos processos de trabalho, tendo como objetivo a construção de relações
de confiança, compromisso e vínculo entre as
equipes, os serviços, os trabalhadores, além de considerar a relação entre equipes e usuários com sua rede socio-afetiva.
Assim, estimulamos a equipe a agir, no dia a dia do serviço, oferecendo uma escuta qualificada, de acordo com as necessidades do usuário. Dessa maneira, expliquei que seria possível garantir o acesso oportuno dessas pessoas a tecnologias adequadas às suas necessidades, com
ampliação da efetividade das práticas de saúde, na Unidade.
Estudantes complementaram, na EP, que esse comportamento dos trabalhadores deve assegurar que todos sejam atendidos com prioridades, por exemplo, a partir da avaliação de vulnerabilidade, gravidade e risco.
Foi estimulado aos acadêmicos a capacitarem a Equipe em relação à Gestão Participativa e à cogestão.
Estudantes explicaram que a cogestão expressa tanto a inclusão de novos sujeitos nos processos de análise e decisão quanto a ampliação das tarefas da gestão. Na prática, complementei que, a gestão se transforma em espaço de realização de análise dos contextos, da política em geral e da saúde em particular. É como se a gestão se transformasse em um lugar de formulação e de pactuação de tarefas e de aprendizado coletivo.
A equipe combinou novos encontros com a finalidade de discutirem a organização e experimentação de rodas de conversa, na ESF. Considerando que as rodas são um importante direcionamento para orientação da cogestão. As Rodas, na ESF, servirão para colocar as diferenças em contato. Elas terão a finalidade de produzir movimentos de “desestabilização” que favoreçam mudanças nas práticas de gestão e de atenção.
Destaquei dois grupos de dispositivos de cogestão que também podem ser utilizados, nos encontros futuros, em reuniões de EP. Um dispositivo diz respeito à organização de um espaço coletivo de gestão, que permita
o acordo entre necessidades e interesses de usuários, trabalhadores e gestores. Outro dispositivo se refere aos mecanismos que garantem a participação ativa dos usuários SUS e seus familiares no cotidiano das unidades de saúde.
A equipe foi estimulada a organizar uma reunião virtual com a comunidade, em virtude das limitações impostas pela Pandemia do Covid 19, com a finalidade de evitar aglomerações de pessoas.
Acadêmicos comentaram sobre os exemplos de Colegiados gestores, citaram as mesas de negociações, os contratos internos de gestão, a Câmara Técnica de Humanização (CTH), O Grupo de Trabalho de
Humanização (GTH), a Gerência de Porta Aberta, entre outros, que são arranjos de trabalho. Esses arranjos permitem a experimentação da cogestão no cotidiano da saúde nas equipes interprofissionais.
Em relação à Ambiência, acadêmicos explicaram à equipe que ela está relacionada a criar espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respeitem a privacidade, propiciem mudanças no processo de trabalho e sejam lugares de encontro entre as pessoas. E os mesmos , ficaram encantados com o espaço atual, sendo ali , o ponto ideal, para iniciar esse trabalho após a pandemia. Melhorando o trabalho em saúde.

Referências:
Política Nacional de Humanização. BVS.
Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_humanizacao_pnh_folheto.pdf&ved=2ahUKEwjbrJ7ei9nvAhV_F7kGHWc4DOkQFjAKegQIGxAC&usg=AOvVaw2lBS_aGXQoQCz71mpOFDWQ
Acesso em 29 03 2021, às 19h 54min.