O fluxo da vida como forma de trabalho incessante

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A reprodução e acumulação do capital no biocapitalismo

Somente o assalariado recebe e gasta o dinheiro. Ele sustenta o sistema de produção – quando paga o preço da mercadoria, a rentabilidade do sistema financeiro – no pagamento de juros e, através dos impostos, remunera as aplicações improdutivas feitas nos títulos do tesouro do Estado.

O investidor, por sua vez, preserva e faz o capital aumentar, ao explorar a produção de novas riquezas, enquanto o capital jamais é gasto e sempre acaba por ser acumulado.

O capital, força o ciclo da mercadoria e da especulação para extrair daí sua reprodução e acumulação. Assistimos ao infindável ciclo do espetáculo da mercadoria em que as forças vitais são capturadas.

O capital é uma força incontrolável que tende a aniquilação da vida.

Com a revolução tecnológica, o movimento do capital se expandiu para a esfera da vida das pessoas. Agora, qualquer usuário de rede social é um produtor de capital e de aprimoramento do “General Intellect” – conforme descrito por Karl Marx. Dessa forma cada um de nós se torna um produtor de riqueza na forma de um tipo novo de insumo, ou matéria prima, usada para a produção de conhecimento.

Esse insumos, considerados o combustível do biocapitalismo, são os dados ou informações – gerados através do monitoramento do fluxo da existência na internet. Ou seja, é a nossa própria vida em fluxo e acontecimento que gera o impulso para o exercício de um biopoder totalmente voltado ao controle dos humanos e a reprodução do capital.

O capitalismo poderá se transmutar, como alguns autores vem alertando, em uma forma de tecno feudalismo. Neste modo de vida, e de produção, todos iremos viver sob o regime da servidão maquínica.