Roda de conversa com os pais da UTI: fortalecendo a escuta na produção de saúd

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O Hospital Infantil Lucídio Portella em consonância com os princípios do SUS e com as diretrizes da Política Nacional de Saúde tem buscado  fortalecer a participação dos pais nas decisões do hospital. No dia 14 deste mês, aconteceu uma reunião com a participação de gestores, da equipe de cuidadores e dos pais/acompanhantes das crianças internadas na Unidade de Terapia Intensiva-UTI do hospital, com o objetivo de discutir a reforma/ampliação que a unidade será submetida para a melhoria do atendimento, e as mudanças e impactos dessa reforma no hospital.

O HILP é o único hospital especializado da rede SUS para o atendimento de crianças e adolescentes no Estado do Piauí, e referência para outros Estados circunvizinhos como o Maranhão, Pará e Tocantins. Possui uma capacidade de apenas 86 leitos, sendo 9 na UTI, o que é totalmente  insuficiente para o atendimento da grande demanda de procura de vaga pela Central de Regulação do SUS.

A sociedade piauiense como um todo há muito clama pela ampliação da capacidade de atendimento do hospital, principalmente na área da UTI. Assim, a partir do mês de junho deste ano a unidade passará por uma ampla reforma tendo em vista ampliar a sua capacidade de atendimento.

No dia 16, (sexta-feira), durante a programação de aniversário de 32 anos do hospital, ocorreu a licitação da nova Unidade de Terapia Intensiva, que passará  de 9 leitos para 20.

O grande desafio nesse processo é o HILP permanecer no mesmo espaço enquanto a reforma prosseguir, o que vai implicar na desativação de algumas enfermarias e outros espaços. A medida, a priori, vai trazer muitos transtornos, inclusive para os pais/acompanhantes dos pacientes em tratamento na UTI.

A reunião em destaque começou com a auto apresentação dos participantes para um maior conhecimento dos pais e dos colaboradores presentes. Na sequência,  Emília, enfermeira e coordenadora administrativa do hospital falou da necessidade da reforma pontuando o impacto positivo que essa trará e sobre os transtornos durante a realização dos serviços, não só para os trabalhadores, mas sobretudo para os pais/acompanhantes, pela limitação de espaços no hospital. Enfatizou que a gestão não deseja fazer nada de cima para baixo, e que é necessária também a escuta dos pais/acompanhantes.

Os pais por vez falaram das suas necessidades, das dificuldades enfrentadas no percurso do tratamento dos filhos na UTI, e da importância da presença deles no hospital. Apenas um dos pais reside em Teresina. Seis deles residem em outros municípios, e dois em outros estados, sendo um no Maranhão e outro no Pará. A maioria dos municípios não dispõem de casa de apoio em Teresina para hospedagem das pessoas que se deslocam para tratamento na capital. A grande maioria das famílias são de baixo poder aquisitivo sem condições financeiras para hospedagem em pensões. Emília, assistente social,  falou da necessidade da articulação com as prefeituras dos municípios para informação da reforma da UTI e solicitação de apoio para os pais das crianças que vão permanecer em tratamento nessa unidade.

A questão debatida é complexa e não será resolvida em apenas uma reunião. A equipe ficou de dar continuidade ao debate coletivo e novos encontros com os pais serão agendados para uma solução conjunta, de forma que atenda a necessidade de todos.