V Marcha pela Humanização do Parto: Mulheres exerçam seus direitos

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Este foi o tema  da quinta edição da marcha pela humanização do parto, que aconteceu ontem (18) em Teresina. Um movimento que nasceu na Maternidade Dona Evangelina Rosa,  com o apoio da Rede Cegonha e da PNH, e que atualmente vem recebendo total apoio do COREN e COFEN.

De acordo com estudos realizados sobre a proporção de parto cesáreos no mundo, o Brasil possui uma das maiores taxas, e que  supera o limite de 15% recomendado  pela Organização Mundial da Saúde. E o Estado do  Piauí não foge esta tendência. Uma pesquisa realizada no período de 2009 a 2011 revela que a proporção de cesáreas no Piauí é cerca de três vezes superior ao índice recomendado pela OMS.

Pesquisas tem mostrado também que na opinião dos médicos, a maior parte das mulheres prefere a cesárea, e que  um dos  motivos da preferência estaria relacionado ao medo da dor no parto vaginal. Penso que não só ao medo à dor, mas de não ser devidamente acolhida na sua dor e nas suas necessidades.

É sabido que o excesso de cesáreas produz consequências negativas, como o aumento da morbimortalidade materna e neonatal.

Mudar esse cenário, a partir da qualificação da atenção ao parto e ao nascimento, assegurando  práticas de cuidado humanizado e integral às mulheres, tornou-se uma necessidade.

A marcha pela humanização do parto no Piauí surgiu com o objetivo  de chamar a atenção para a importância do parto natural, reduzir a violência obstétrica, e colocar a mulher como protagonista e condutora do processo do parto.

O evento já se tornou uma  referência na defesa dos direitos da saúde  da mulher no Estado do Piauí, e a cada ano conquista  mais participantes, que  incluem mulheres, profissionais e gestores da saúde, representantes de associações de classe, acadêmicos de cursos da área de saúde, movimentos sociais, e todos os que  defendem o parto e o nascimento natural e humanizado

Foi emocionante ver a presença de mulheres grávidas com suas barrigas pintadas á mostra sendo conduzidas por seus companheiros. Também  na edição deste ano foi percebida uma presença maior de homens e jovens engajados na luta pela humanização do parto.

Cartazes, faixas, balões e muita música deram um colorido e destaque especial à caminhada em todo o seu percurso.

Como um dos desdobramentos positivos da realização da marcha no estado, no dia 21 do mês em curso, será lançado no auditório da OAB, o Manual de Apoio à Vítima de Violência Obstétrica.

Vale conferir algumas imagens do evento que falam por si só!