¡Olé!

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¡Olé!

 

O sol nasce para todos!!!

Que linda a España! Super merecida a taça…

Uma paixão que é capaz de unir nações num sonho comum:

A copa!

*

E a saúde?

Também é interesse de todos!!!

Cadê a paixão maior fundamental PRA NOSSA VIDA?

 

Besos…

 

 

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Meu padrasto contava dos anos que morou em São Paulo, e nas tantas idas e vindas dele, ele trazia novidades, também já havia morado em outros estados por causa do trabalho, mas SP sempre foi o seu assunto em casa!

Está aí
uma cidade que aprendi a admirar desde criança...

 

Eu aproveitava para ouvir suas histórias, que eram sempre inflamadas na paixão pela cidade! (Hoje, rimos juntos.) Confesso que ouvia ceticamente, e mais por carinho, na maioria das vezes. Já adulta, viajei algumas vezes, fazendo ponte na dita, outras vezes apenas passei por ela, até que finalmente resolvi explorá-la! Poderia ter escolhido a bela RJ para traçar meus sonhos de pós-graduação, já que há redes de ppg com a EEAN. Mas fui pra SP a convite de amigos e gostei muito. Voltei e voltei e voltei, voltei… e volto em breve, e espero que de novo e de novo. Ok. Já entenderam, não é mesmo? “Torno-me menos gaúcha a cada dia” – uma frase em tom de brincadeira, virando possibilidade, apesar de reconhecer no RS um “baita estado”, obviamente, pq jamais seria capaz de desfazer da minha própria casa.

 

E SP é como NYC, “tantas gentes e de todos os cantos do mundo”! Dizer isso em outras épocas tinha sentido outro, já que hoje o mundo parece até estar menor (risos). Há quem diga que POA pode ser mais cosmopolita do que Sampa, e que Santos é a Miami brasileira, mas fico mesmo sem palavras quando o grêmio perde para o peixe! Vai entender?! Mas eu quero chegar é na seleção… no break da tarde de hoje e no nossos cotidianos dos serviços de saúde, lutas pelo SUS. (Alguém me dê mais duas páginas para o post, please…)

 
Comentei no post da Patrícia  (redehumanizasus.net/node/10481#comment-6535), que quando a seleção joga “fica um silêncio pelas ruas”… e que aproveitava o momento dos jogos para ler, só que dessa vez há a RHS! Resolvi colocar algumas leituras e palavras refreadas pelo tempo, pelos compromissos… em dia. Bem na hora do início do jogo ainda saí para uma caminhada em minha cidade (24 mil hab!). Comecei a rir,  lembrando da manchete na TV que dizia, às 13h, que o centro de SP já concentrava cerca de 50 mil pessoas!
 
 
A (i)mobilidade impediu os paulistanos de ver o jogo da seleção?
 
E que o corredor N-S estava abarrotado, a radial leste com grande concentração de carros – “sentido bairro”, o povo indo pra casa ordenadamente. Cadê o caos dos dias em SP? Ah, não está chovendo… chove mesmo é alegria!! Essas são as outras possibilidades da maior cidade do Brasil, outras formas de existência, em que o povo não lembra os problemas, vivem aquilo que os potencializa, ficam conectados à vida: dispensas do trabalho, procuram os amigos, juntam-se para ver o jogo do Brasil! Parece divertido, então traço uma transversal nesse assunto com a saúde pública. E o que também comentei no post da Jacqueline (redehumanizasus.net/node/10478#comment-6536).
 
 
As iniqüidades, misérias em muitos sentidos, “problemas essenciais, quais a ciência não dão conta de explicar” (bem bonita a frase que parafraseio para preservar a fonte, só que fica na pura literatura! E daí, essas pesquisas todas servem para quê mesmo? O  quê podemos fazer? Só encontro perguntas.), tudo parece agora sem sentido. Pensar nisso na hora do jogo da seleção é sem sentido? O que há? Caminhei mais um pouco, lembrei outra manchete que alertava aos torcedores do Brasil que cuidassem da alimentação, evitassem bebidas alcoólicas e gordurosas nesses dias de copa, porque poderiam, principalmente, os portadores de hipertensão e doenças coronarianas terem complicações, devido às fortes emoções dos jogos… quanta coerência. Isso só ocorre em tempo de copa?? Esse é um cotidiano de muitos brasileiros, que correm atrás da máquina, comem mal, tem “ataques de nervos” (no popular), desempregados, e quando falta dinheiro pra comprar comida, sustentar a família… será que o coração deles também não bate rápido? A pressão não sobe? A diferença é o contexto, quem se importa? Morrer de um infarte num dia qualquer e morrer do mesmo-“caso” em dias de copa, parece ter muita diferença, nem que seja só na manchete. Esses dilemas sociais e reais não impedem que se faça um “torpedão campeão”, não é mesmo?? Quem não quer ganhar “meio milhão de reais, um milhão”?
 
 
Há um clima de paz no ar, que eu chamaria de “trégua” (pensando bem, acho que é mesmo “pipoca”, o que está no ar…), em que brancos e negros, pobres e ricos, gordos e magros, feios e bonitos, são capazes de dividir um mesmo espaço, assistir um jogo num bar, na rua, no bairro… riem juntos, conversam, trocam gentilezas. Só que quando o jogo termina cada um volta “pra sua vida”. É interessante.
 
 
Desde ontem à tarde, onde trabalho, o corredor estava mais vazio. Ficou bonito, o corredor verde, com uma TV mostrando o campo verde, enfeites verdes e amarelos caindo do teto. Hoje fechamos às 13h. Só saúde! Incrível, mas o Brasil para em tempos de copa… isso sim é saúde! E só é possível pela força que opera essas emoções coletivas. Desejo que essa política de contágio um dia inflame a luta em defesa do nosso sistema de saúde! Se ao menos fosse semelhante a esse movimento das massas no país do futebol, o SUS estaria salvo em definitivo…
 
 
O Brasil jogou com a Coréia, e esse jogo lembrou-me de cinco amigos que tive, colegas no Berkeley Colege/NY, “coreanos”, que trabalhavam no World Trade Center! Depois daquela tragédia, nunca mais eu tive notícias deles. Desculpem! Mas torci pra Coréia neste primeiro jogo! Inclino-me ao cosmopolitismo, em desejos de outras formas de existência num mesmo lugar…
 
 
E lá no RJ, o que será que Drumond diria de tudo isso,
se pudesse???
 
 
Ah… a poesia!