Sobre Saltos…

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Há algum tempo ouvi uma analogia do condicionamento humano e um (fictício) circo de pulgas que seria mais ou menos assim:

   Para "domar" pulgas , supostamente, basta colocá-las bem jovens em um vidro com a tampa fechada.
    Num primeiro momento elas pularão bem alto ( pois saltar faz parte de sua natureza intrínseca). Mas, ao fazê-lo elas baterão na tampa. Tentarão ainda algumas vezes até que um dia desistirão e limitarão a altura de seus saltos .
    Então, basta retirar a tampa do vidro que elas, agora condicionadas a saltos menores, não sairão de sua redoma. Elas não perderam sua capacidade de saltar, mas agora têm medo de bater na tampa.
    É assim que podemos construir um "belo" CIRCO DE PULGAS.
     Num primeiro momento acreditei que isso é assim mesmo, mas hoje me vem a seguinte dúvida: "E se, por algum motivo , uma delas (pulgas ou humanos) der um salto maior e conseguir escapar do vidro? Será que as demais a seguirão?
    Em resposta a mim mesma , chego a conclusão de que este SALTO é um processo individual e, talvez algumas poucas consigam. Para a "fuga coletiva" talvez a solução fosse QUEBRAR a redoma , provocando  uma CATÁSTROFE … Mas isto é uma outra história…
Trago essa estorinha pensando nos acontecimentos recentes no Egito e em outras partes do mundo. Penso também nas incertezas desses tempos de mudanças em nossos ‘polos instituidos’, em nossas redes de relacionamento, em nosso cotidiano em defesa do SUS.
 
Pode ser um devaneio desvairado, mas pode ser mais um tema para as nossas reflexões individuais e coletivas.
Minha cabeça está fervilhando. Talvez sejam as ‘pulgas’ querendo superar a tampa da redoma…
 
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Escrevo esse post ‘contagiada’ pelos recentes e fascinantes posts do Marco Pires e da Jacqueline Abrantes.

Meu Diabo pergunta: Por que fazemos o que fazemos?

Reinventando o cotidiano