Ambiência no HOB

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Ambiência no HOB e Projeto Saúde com Arte:

O texto abaixo do jornalista Gilvan do Hospital Odilon Behrens em Belo Horizonte- MG, nos traz um pouco do que tem acontecido na 2a Semana Saúde com Arte no HOB.

Hospital discute ambiência através da criação coletiva

O espaço físico onde trabalhamos não é feito apenas de paredes, piso e teto; mas também de pessoas que nele se relacionam. É com esta visão que a 2ª Mostra do Programa Saúde com Arte do Hospital Municipal Odilon Behrens (HOB), em Belo Horizonte, reuniu trabalhadores, artistas da comunidade do entorno do hospital e representantes da Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde para discutir a ambiência.

A proposta é que sejam feitas intervenções artísticas dentro e fora do Hospital a partir de uma criação coletiva, pensando a estética como a relação entre os sujeitos e as obras de arte. O projeto, batizado de “Colorindo o Odilon”, prevê pinturas em grafite no muro externo do hospital e a instalação de diversos painéis nos corredores internos. “O espaço não é morto, pode estar em transformação constante e isto acontecer de modo coletivo”, ensina a arquiteta Mirela Pessatti, da Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde, presente ao encontro.

A idéia é que a mudança estética dos espaços seja processada através da participação das pessoas que passam boa parte de seu dia no local de trabalho. “A gente tem que se sentir pertencente ao lugar. Isto aqui no HOB é singular e referência”, adianta Pessatti.

A transformação dos espaços internos do hospital terá como plataforma básica a nova sinalização que está em processo de licitação. O projeto utiliza cores e ícones para identificar as diversas unidades do HOB, assim, o usuário terá informações objetivas sobre o lugar onde está ou onde quer ir logo quando chegar à recepção. A sinalização manterá os mesmos padrões de cores e formas nos crachás entregues aos visitantes, promovendo, além do conforto, maior segurança, através dos dispositivos eletrônicos presentes em cada um deles.

Para a artista plástica Renata Lang, que já trabalhou algumas pinturas dentro do Hospital, o momento é pensar os lugares e os conteúdos dos painéis que serão instalados nos corredores. “Poderemos utilizar MDF ou laminados de fórmica com estampas digitalizadas. Poderemos intervir com pinturas ou imagens digitais ‘plotadas’. Tudo depende a decisão dos trabalhadores”, explica.

No muro entorno do Hospital, quatro grafiteiros da comunidade farão pinturas a partir de temas eleitos por trabalhadores e usuários, tais como: atenção ao idoso, atenção à criança, doação de sangue, DSTs e meio ambiente.

A consultora do MS, Vera Figueiredo, defende a idéia de que trabalhar a ambiência é “resignificar o espaço do Hospital”. “Temos que trabalhar para que o hospital não seja visto como um espaço de confinamento, frio e sem vida”, ensina.

A médica Susana Rates, superintendente do HOB, é totalmente a favor das intervenções artísticas através da participação dos trabalhadores. “Vamos levar essas discussões para a reunião do Colegiado Gestor Ampliado e espero que, até o final deste ano, todos os painéis já estejam instalados dentro do Odilon”.

No próximo 23 de julho, a arquiteta Mirela Pessatti estará de volta ao hospital para coordenar uma oficina com os trabalhadores. O objetivo é definir os espaços onde serão montados os painéis e outras intervenções artísticas. Até lá, o dever de casa dos gerentes e demais trabalhadores, será usar a criatividade para levar boas propostas ao encontro.

Gilvan Araújo – Jornalista RMT: 4098/MG