Cuidar ou Curar. Qual nossa verdadeira Missão?

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O grande fator comprometedor da prática humanizada nos serviços de saúde em especial no SUS, talvez seja a dificuldade dos personagens em discernir o sentido de sua prática, sendo uma das maiores situações de estresse e fragilidade emocional identificáveis nos pacientes, cuidadores familiares, e principalmente profissionais de saúde, é a não consciência de seu verdadeiro papel frente à situação do outro.
O cuidar compete a nós e são características natas queremos com nosso cuidar, Proporcionar ao outro, uma sensação de bem estar, proteção, acolhimento e segurança, Já o curar, é um processo divino, em que podemos até ter uma participação, mas a sua consumação está condicionada à vontade e ação de Deus, fonte e autor da vida.
Prova disso é a incerteza que temos acerca da evolução do quadro, do tempo envolvidos no processo de restauração da saúde de uma pessoa enferma, e conseqüente reabilitação do seu estado saudável em toda sua dimensão, físico, mental e espiritual, nossa fonte ou de prazer em cuidar, ou uma situação de estresse, pelo aparente fracasso na nossa prática.
Aqui na rede, relatos de colegas das dificuldades enfrentadas na luta pelo cuidar humanizado, retratam muitas das vezes o descaso de alguns gestores, a falta de comprometimento de profissionais das mais diversas áreas e o abandono da família à pessoa enferma no momento em que mais precisam.
Para não sermos tentados a desistir de nossa missão, precisamos nos apegar na velha fala da grande Cora Coralina, que com seu exemplo de olhar humanizado diz;
“Seu paciente, pode esquecer o seu nome, o que você fala ou faz. Mais jamais esquecerá a forma com que você a trata.”
Talvez nesse pequeno pensamento, de imensurável valor, esteja o real sentido e o melhor caminho para se falar,implantar e exercer a humanização como todos nós aqui desejamos.