O Público e o Privado na Saúde: Reflexões sobre o sistema atual

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Após algumas discussões e debates em aula e também de assistir ao documentário Sicko que data de 2007, e relata alguns casos verídicos sobre os planos de saúde americanos comparados ao sistema de saúde de alguns outros países europeus, como também Cuba e Canadá.
Diante disto me deparo com algumas interrogações, bem como, alguns posicionamentos. A primeira delas é sobre o modo como são tratadas as pessoas usuárias destes planos de saúde norte-americanos e a maneira como a saúde das mesmas é amplamente dependente deste, já que no centro do capitalismo e consumismo, esta é maneira de se “ter” e perceber a saúde.
É bastante, em um primeiro momento, surpreendente que um país dito tão evoluído economicamente e culturalmente, mais precisamente a maior potência mundial, e que por vezes achemos ser um modelo de “tudo” tenha um sistema de saúde tão falho, inadequado e desumano. E mais, como a ganância pelo lucro, tornam os donos e dirigentes dos ditos planos de saúde, que cobram caro mas na hora em que são acionados não cumprem sua função essencial que é a de assegurar um tratamento adequado e de qualidade para seus usuários, faz com que os mesmos neguem tratamento ou ainda nem aprovem a associação de certas pessoas, por saberem que estes darão prejuízos à seus cofres. Ao darmos atenção a Saúde pública dos EUA nos deparamos com uma situação semelhante senão pior, as filas enormes e o atendimento de má qualidade.
Mas e se olharmos para o Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro? Quais são as semelhanças e diferenças com o sistema tão falho americano? E mais, o que está sendo feito para que isso melhore ou ainda mude?
É visto que o SUS no Brasil tem várias semelhanças como questões referentes a filas que parecem interminaveis tanto as que são físicas como as ditas digitais que abrangem questões como a espera por transplante de órgãos e algumas cirurgias mais especifícas. E sabemos que ainda há muitas reclamações no que dizem respeito a qualidade do tratamento bem como agilidade do mesmo. Porém após assistir ao documentário percebi que o atendimento dado pelo SUS, ou pelo menos a política que se refere não somente ao atendimento direto em hospitais, mas também em relação a toda a rede é bastante coerente e adequado. Entende-se que na prática com certeza não é e talvez demore, ou ainda nunca chegue a ser como na verdade se mostra na teoria, ou ainda como esperamos, mas o importante é que estão sendo criadas e principalmente mobilizadas ações, métodos e teorias para iimpulsionar, melhorar ou ainda mudar esta realidade da saúde pública.
Outro assunto bastante coerente para o momento, e que instiga a reflexão depois de alguns debates e vídeos, é o crack e o tratamento que os usuários e afetados pela droga tem recebido. O método tradicional e de certa forma antiquado aplicado em divergênca as ideias do SUS vem se mostando ineficiênte para o tratamento desta questão. Porém políticas de redução de danos entre outras, vem trazendo novas perspectivas de tratamento e cuidado para com estes usuários.
Dentre deste tema também é importante alguns apontamentos como, por exemplo, a questão de que o crack é visto hoje como uma grande epidemia e um problema para a sociedade, aqui não quero negar a gravidade da situação de alguns usuários e comunidades afetadas pela droga, mas sim deixar explícito que outras drogas, as ditas ilícitas, matam mais pessoas por ano e não tem a atenção devida tanto pela sociedade quanto pelas políticas de prevenção e promoção da saúde públicas.
A fim desta pequena reflexão, críticas e opiniões ficam ainda muitas dúvidas, porém acredito que o fato de pensarmos sobre estes assuntos que muitas vezes são encobertos, como o SUS, as políticas que o rodeiam, a questão do crack, abre diversar portas tanto pelo fato de que o pensar afeta e é capaz de quebrar paradigmas quanto instiga a trabalharmos para mudanças.