Fórum Social Mundial /2009, o SUS e a PNH

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Em defesa da Amazônia!

A Amazônia na pauta de discussões internacionais sobre condições climáticas, biodiversidade, desenvolvimento sustentável, respeito á pluralidade e preservação ambiental e dos recursos naturais.

“A Amazônia é, assim, não apenas uma fonte de preocupação para o mundo, mas um centro irradiador da luta contra as desigualdades sociais!”
Ana Júlia de Vasconcelos Carepa
Governadora do Estado do Pará

O Fórum Social Mundial como espaço de fortalecimento dos movimentos sociais, dentre os quais o "nosso movimento"  por um SUS  de qualidade, humanitário e participativo,  favoreceu a  discussão junto aos participantes, profissionais e usuários do SUS,   em torno das Diretrizes e dispositivos da PNH, abordando-se as conquistas e desafios do SUS nestes 20 anos de experiências.

Como espaço de aliança entre os movimentos sociais que lutam por uma sociedade mais justa e humanitária, em que prevaleçam a solidariedade e a cooperação entre os diferentes povos e grupos sociais, o FSM abre espaço de reflexões e elaboração de idéias que alimentem as práticas em diversos campos de ação, envolvendo comunidades indígenas e quilombolas, movimento negro, de mulheres, estudantes, sindicalistas, pesquisadores, professores, militantes de várias causas sociais e políticas.

Um dos conselheiros de saúde de Marabá – PA, participou de uma das rodas de conversa e acredita que trazer a Mostra HumanizaSUS para o Fórum Social Mundial é uma excelente oportunidade de publicizar o lado bom do SUS:  “É preciso externalizar como o sistema público de saúde funciona, pois se buscamos o bem estar social, físico e psicológico das pessoas, elas precisam ter consciência disso.

A Mostra foi uma oportunidade da Política Nacional de Humanização marcar presença no Fórum Social Mundial(FSM), dando visibilidade à discussão sobre o SUS, mostrarndo que a humanização não nega as dificuldades do sistema público de saúde, propondo colocar em análise os problemas existentes, apostando no SUS que dá certo!

Como participante deste mega evento/movimento e consultora da PNH-MG, agradeço a oportunidade por esta experiência de encontro com a diversidade, aprofundando o conhecimento de nossa realidade brasileira e tendo o prazer de estar bem perto desta imensa Floresta Amazônica, que muito tem a nos ensinar sobre rios, plantas e produção de saúde …

Tivemos tbém a oportunidade de mais uma vez ouvir o Prof Boaventura Sousa Santos, da Universidade de Coimbra/Portugal, sociólogo, militante , parceiro dos movimentos sociais, em especial da África e da América Latina, dos povos oprimidos. Segundo ele, temos já um Diagnóstico produzido, sabemos dos problemas maiores que afligem hoje a humanidade, precisamos discutir alternativas, e levanta a "velha pergunta":O QUE FAZER?

A partir daí refere-se à "sensação de urgência" – refletindo sobre a necessidasde do FSM  ter "posições fortes", avaliando que o mesmo tem sido "fraco em termos de propostas para o mundo". Alerta-nos para as "mudanças invisíveis" , que a esquerda não deu atenção, produzidas pelos diferentes movimentos: indígenas, afro, quilombolas, mulheres, jovens, dentre outros… Lembra aqui da "Sociologia das Ausências", que podemos aprofundar em seus escritos, essencialmente uma sociologia que busca fortalecer e tornar visível os movimentos que não aparecem em estudos sociológicos hegemônicos…e lembra ainda que " a teoria vai atrás da prática, que é mais transformadora, criativa que a teoria"(…) e que é preciso humildade ( como Paulo Freire) para uma "ecologia dos saberes", diálago entre os diferentes. Chama atenção para a desarticulação entre os mesmos, "cada um tem a sua tenda", propondo uma "tradução inter-cultural", uma aliança fundamental entre os movimentos sociais …e lembra que os indígenas não gostam da palavra "socialismo", dizem que como o capitalismo , este tbém não os considerou,/respeitou, é preciso trabalhar com eles, que "outro mundo" vamos construir? uma sociedade mais justa e igualitária ( e acrescentamos humanitária)  …e as discussões/reflexões aprofundaram-se, jovens presentes lembram do lixo que os participantes do FSM estão produzindo na cidade e no campus universitário, que é preciso lembrar a todos que somos responsáveis pelo ambiente em que vivemos, que devemos respeitar os "Direitos da Natureza" !!!

Vamos conversando, trocando nossas impressões como participantes deste amplo movimeto de construção de um Outro Mundo, e assim de uma outra Saúde, outra Educação, outra Economia ( e aqui lembramos a Economia Solidária
– ECOSOL- tão presente e tão forte neste FSM-2009/Belém)…
Abraços fraternos,
Ana Rita Trajano