Retornando em ponto a ponto á SAÚDE

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Inicialmente, gostaria de compartilhar a alegria em ter a oportunidade de retornar a este importante meio de debate e aprendizagem em saúde, mas ao mesmo tempo, gostaria também de pedir desculpas pela minha ausência, que por vários motivos, desde reformas, acidentes, mudanças profissionais, família, etc… enfim, fatores que acontecem no cotidiano, mas que não se pode deixar de dar a devida atenção.
Neste retorno, gostaria de expressar, minha preocupação com relação aos rumos da saúde pública. Desde o inicio de minha carreira na saúde, sempre ouvi a mesma frase, em todos os níveis de governo, seja na esfera municipal, estadual ou federal, “A SAÚDE PÚBLICA DEVE TER SOMENTE UM PORTA DE ENTRADA” ou, ATENDIMENTO PRIMÁRIO, atendimento básico de saúde, conhecido como PSFs, UBS, PABs, todas estas unidades tem como jargão o atendimento básico de saúde e a promoção (em minha particularidade, acredito que a promoção da saúde, deva ser, competência das secretarias de ASSISTENCIA SOCIAL E EDUCAÇÃO) ATENÇÃO SECUNDÁRIA. Rede ambulatorial, cuja finalidade é justamente acolher e dar suporte a aquelas situações, quando o indivíduo se encontra em condições de ausência da saúde, também, soroterapia, retiradas de pontos, realizações de exames preventivos, clínicos e etc…, atendimentos de especialistas, encaminhamentos, e sempre, manter kits de primeiros socorros, equipamentos para a RCP (reabilitação cardio pulmonar) imaginem o quanto é trágico a perda de um paciente dentro de uma unidade, por falta de materiais de urgência. Por fim, o atendimento TERCEÁRIO, Pronto Socorro, Alta complexidade e Hospitais.
Muito, bem, tudo certinho, bonitinho, até mesmo, pelo tempo que se caminha com este método, Porém, a grande dúvida do momento, é onde atua a UPA, (Unidade de Pronto Atendimento) as UPAs, pela experiência, tem se tornado um local 3×1, ou seja, atende-se, todos os problemas de saúde, não importando qual a origem, urgência ou eletiva, básico ou ambulatorial, trazendo como conseqüência a perda dos dados essenciais à promoção da saúde, como patologias endêmicas, parasitas, vírus, protozoários e vários vetores sazonais e localizados em determinada área. Além da grande demanda nestas unidades, levando os profissionais de saúde, ao limite de suas energias, a fim de atender a um público ansioso, alguns amistosos, outros de grande agressividade, pela verdadeira via sacra à procura de atendimento. Quando chega a UPA, ele vai ser atendido, daí a grande procura.
Talvez seja chegado o momento de um novo remodelamento do sistema de saúde, para isto, basta avaliar qual destas unidades esta atendendo melhor a demanda existente. Na minha visão, baseados nas estatísticas e estudos, o último inclusive realizado pela minha amiga e coordenadora da UPA em Passos – MG, Enf.(a) Ângela Vaz, quando a mesma realizou uma enquete sobre, o motivo da procura pela unidade, quando se constatou as inúmeras razões , analisando as respostas, percebi a falta de credibilidade nas soluções de doenças por diversos fatores, trocas de médicos com freqüência, demora nas consultas e exames e retorno, dificuldades em procedimentos básicos, como aferição de P.A, curativos e etc…
Quem sabe, a transferência destes profissionais para o nível SECUNDARIO, ampliando assim o leque de atribuições, como aumento das equipes e resolvendo a grande demanda em atendimentos e procedimentos, seria uma maneira de garantir um atendimento eficaz e com agilidade. Desta forma, poderia encerrar a demanda espontânea nas UPAs, tornando estas unidades em ATENDIMENTO DE URGENCIA E EMERGENCIA, como também, equipadas com equipamentos de especialidades, a fim de realizar procedimentos monitorados em unidades hospitalares e de média complexidade.
“COMO APERFEIÇOAR UMA UNIDADE DE SAÚDE, SEM AO MENOS SABER A SUA FINALIDADE”

Passos, 18 de Março de 2013

Vilmar Eugenio de Castro
Laboratorista
Ex- Presidente do CMS de Passos
Guardião da Terra (Conselho Mundial de Cidadania Planetária)