Representantes expõem dificuldades durante abertura do Seminário Norte de Humanização

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Representantes dos sete estados da Região Norte do Brasil iniciaram na manhã desta quarta-feira, 20, em Manaus, a discussão sobre os desafios da promoção da humanização em saúde pública e também o compartilhamento de ideias para que usuários e profissionais do setor possam ser beneficiados de forma completa, com serviços, ações e políticas de qualidade. O Seminário Norte de Humanização é uma realização do Ministério da Saúde, por meio da Política Nacional de Humanização – PNH, que levará para Brasília uma lista com as principais demandas do Tocantins, Amazonas, Roraima, Acre, Rondônia, Amapá e Pará.

Foto: Luiz Henrique Machado

A cerimônia de abertura contou com a presença de várias autoridades no assunto, tanto da esfera municipal quanto estadual e nacional. Antes dos discursos, um grupo composto por profissionais amazonenses apresentou esquete focando a necessidade da quebra alguns preconceitos, pensamentos, comportamentos profissionais e também maior necessidades de investimentos dos gestores nos programas e pessoas.

Alexsandra Cardoso, coordenadora do Coletivo Norte, destacou os desafios na realização do primeiro encontro entre os profissionais, usuários e movimentos sociais desde que a PNH foi criada, há dez anos. Para Alexsandra, “o evento com tanta gente diferente e de diferentes lugares era uma das preocupações na organização”. Já o conselheiro estadual de saúde do Amazonas, Rui Guilherme de Souza, afirmou que “o Conselho tem que caminhar junto com os gestores na execução das atividades e planejamentos das ações”. Rui enfatizou ainda que “o Sistema Única de Saúde – SUS, é o melhor sistema existente no mundo. Só precisa ter maior seriedade na hora de fazer as coisas”.

Manaus tem 50% de toda a população do estado, ou seja, cerca de 1,8 milhão de habitantes e junto com a recente eleição da atual gestão municipal, torna-se um desafio a mais para quem atua no setor de humanização e para quem é beneficiado. Lubélia Safreire, subsecretária municipal de Saúde, afirmou que a Prefeitura reconhece as dificuldades existentes e explicou que uma das formas de solucionar as deficiências é a unificação da linguagem e do nivelamento das informações entre os trabalhadores.

“Faremos um evento com mais de mil profissionais nos próximos dias, reunindo tanto os do município quanto os do estado, pois entendemos que eles também precisam ter informações e estarem unidos. A humanização perpassa pela vida de todos, começa em casa. Passa pelo respeito ao outro, incondicional. Se assim não for, não me permito atua na área”, afirmou Lubélia. O primeiro passo, segundo ela, dado pela administração para melhor atender ao público nos programas de saúde foi aumentar o expediente para acabar com as filas e mudar a forma de atender os cidadãos no Programa de Saúde da Família – PSF.

“Diminuímos a quantidade de módulos, mas melhoramos as estruturas para que os atendimentos sejam completos e para darmos fim às demandas reprimidas. Quem vier em busca dos atendimentos voltará para casa com seus diagnósticos”, disse. Outra mudança desafiadora para Manaus está na ampliação da cobertura do PSF, que hoje chega a cerca de 30%, apenas, quando o Ministério da Saúde preconiza 70%. “Vamos reorganizar os atendimentos na atenção primária, pois ela é a porta de entrada ao SUS, reconheceu Lubélia.

Wagner Souza, secretário de Estado de Atenção à Saúde do Amazonas, afirmou que “acabou a ótica do pedaço é meu, o pedaço é seu quando se fala em oferta de saúde e de atendimento público”. “As demandas são muitas”, disse Wagner.

O coordenador nacional da PNH, Gustavo Nunes, entrou nas questões da formação profissional e disse que “não há humanização sem qualificação e com os afazeres acabando com a vida do trabalhador”. Nunes fez um paralelo com as conquistas do Brasil, com o futuro de qualidade para os cidadãos e das responsabilidades de cada um nesse processo. “O que está em jogo é a sociedade brasileira. Não é uma brincadeira de cumprir ou não com os expedientes”, concluiu.

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