Os Bonecos para afastar a discriminação

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Na III Parada Gaúcha do Orgulho Louco/PGOL teremos Encontro Municipal de Bonecos e Teatro na rua pelo segundo ano

As reuniões preparatórias e de organização estão revelando pessoas em contagem regressiva para o II Encontro de Bonecos e Teatro na rua, que acontece durante a III Parada Gaúcha do Orgulho Louco/PGOL no dia 25 de outubro na Praça Getúlio Vargas.
Os Bonecos Gigantes surgem na Europa, provavelmente na Idade Média, sob a influência dos mitos pagãos escondidos pelos temores da Inquisição. Os bonecos surgiram da vontade de um jovem sonhador que ouvia atento as narrativas de um padre belga sobre o uso de bonecos nas festas religiosas da Europa. O primeiro boneco foi às ruas da pequena cidade durante o carnaval de 1919 com o surgimento do personagem Zé Pereira, confeccionado em corpo de madeira e cabeça em papel machê, somente no ano de 1929 resolveram criar sua companheira, boneca esta batizada com o nome de Vitalina.
No Rio Grande do Sul, o Festival Internacional de Bonecos de Canela, em sua 25ª Edição, tem levado a serra gaúcha milhares de pessoas para apreciar as artes cênicas que envolvem o espetáculo. Em 2011, tivemos presente a MENTALITA, boneca composta por uma camisa com as palavras de ordem do movimento da luta antimanicomial. Uma boneca que representou todas as camisetas que fizemos para dialogar nossa busca pela liberdade terapêutica. Elemento muito precioso na rede de atenção à saúde mental e psicossocial. “Ela dizia que a força da reforma psiquiátrica encontra-se no movimento itinerante de circulação em liberdade”, refere Pepe Grigera, bonequeiro e criador do boneco Qorpo-Santo e incentivador do Encontro.
O nosso objetivo com este dispositivo/arte na PGOL, é o de unir artesanato com poesia, lirismo e irreverência, que são as principais particularidades desta arte singular presente em feiras, praças e ruas atuando de forma indispensável na formação cultural de todo povo brasileiro.
Na I e II Parada Gaúcha do Orgulho Louco contamos com a participação de dezenas de bonecos e bonecas que se encontraram para contribuir com as idéias da saúde mental coletiva de cada instituição participante. E foi reforçado pela participação da Cooperativa Alegretense de Teatro, das e dos cabeleireir@s Maluc@s do Centro Profissionalizante Nehyta Ramos animando e encantando o público presente.
Neste ano, além dos grupos de teatro locais, vamos contar com a Nau da Liberdade vinda do HPSP, nome escolhido em contraposição aquilo que Michel Foucault, em sua obra “A História da Loucura”, apresenta como a Nau dos Insensatos- uma barca que navega pelos arredores de Paris, onde eram colocados os loucos. Seu destino era ou um porto qualquer de uma cidade bem longe, ou a morte dos tripulantes em alto mar.
“Nós não temos mais uma barca que tira os loucos da cidade, mas temos a reclusão, que são os hospitais psiquiátricos, onde o doente mental não é visto, não é olhado por ninguém e, portanto, se ele sofre ou morre lá dentro, não é percebido pela sociedade”, diz Carolina Pommer diretora e coordenadora da Nau da Liberdade.

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