Qual é a Cara da AIDS?
A pergunta pode parecer estranha mas, a depender de uma agência publicitária alemã, a resposta é: Adolf Hitler!
Um clip de 30 segundos mostra um casal heterossexual mantendo uma relação sexual sem que possamos claramente ver o rosto do homem, até que no final Hitler olha fixamente para a câmera. Neste momento aparece o slogan da campanha: A AIDS é um Assassino em Massa, Proteja-se.
Os criadores da campanha argumentaram que a AIDS não poderia ter uma cara bonita, dai a escolha de Hitler. Para reforçar a idéia, cartazes com mensagens similares com o rosto de Stalin e Sadan Hussein foram também distribuídos.
Com algum dispêndio dos neurônios podemos compreender o objetivo de tão criativos publicitários. Querem impactar, chamar a atenção para o problema. Lembrei-me então que no início dos anos 90, quando os casos de AIDS aumentavam assustadoramente entre as mulheres, o Ministério da Saúde fez uma campanha cujo slogan era: "AIDS, Eu me Cuido!". A cena mostrava uma bela mulher por volta dos 30 anos que saia envolta numa toalha do box do banheiro e muito expressiva repetia a frase olhando fixamente a câmera
Obviamente que aqueles que já sabiam sobre o que deviam fazer para se prevenir dfo HIV tinham essa informação reforçada, particularmente as mulheres. No entanto, as pessoas que não sabiam poderiam interpretar, com toda a razão, que a mensagem sinalizava que bastaria um banho logo após a relação sexual e tudo estaria resolvido.
O problema com relação a publicidade alemã não está na imagem de Hitler associada a AIDS mas dessa imagem associada ao portador do vírus que na mensagem veiculada é chamado de assassino em massa. Da mesma forma, insinua uma estética onde as pessoas podem associar a imagem de quem "difunde" o vírus com alguém "feio" tanto estética quanto moralmente, o que livra de maior controle quem foi aquinhoado pela natureza com o semblante dos príncipes encantados das fábulas e filmes..
Mais uma vez perde-se a chance de publicizar com objetividade o que se pode fazer para se prevenir e, ao mesmo tempo, buscar-se fórmulas mais criativas que informem e ao mesmo tempo não prduzam engodos interpretativos ou possibilidades de difundir preconceitos que de forma mais ou menos sutil ajudam a estigmatizar ainda mais quem vive a condição da soropositividade.
No passado recente mestres da propaganda em fantasia surreal colocaram seres humanos mantendo relações sexuais com aranhas e escorpiões para se difundir idéias de prevenção. Agora temos Hitler e mais alguns ditadores como atletas sexuais que não usam camisinha. O que mais nos aguarda?
Abaixo o link no Youtube com a propaganda. Advertência: contem cenas de sexo com Adolf Hitler
https://www.youtube.com/watch?v=oJ-ISVTc0bI
Por Sonia Mara de Fatima Ferreira
O preocupante disso tudo caro Erasmo é que com o surgimento da gripe não se fala mais no HIV, HCV e tantos outros que matam todos os dias, as campanhas só acontecem por exemplo com a AIDS no dia primeiro de dezembro e no carnaval o resto do ano não acontece contaminação, as DSTS são poucos vezes faladas raramente se obeserva cartazes nos postos de saúde vindo do MS, eu disse raramente, nas escolas os professores não estão capacitados para falar dos assuntos além do curriculo estar cada vez mais enxugado, as ESF, dando conta de quantidade, produzindo numeros, quando vamos realmente trabalhar prevenção e educação em saúde se é que um dia isso será possivel será que dá voto?