Uma Reflexão sobre a Internação Compulsória

13 votos

Drogas como o crack agem de maneira tão agressiva no corpo do usuário que não permitem que ele entenda a gravidade de sua situação e o quanto seu comportamento pode ser nocivo para ele mesmo e para os outros. Foi com base nessa ideia que foi apresentado uma proposta de política pública que prevê a internação compulsória temporária de dependentes químicos segundo indicação médica após o paciente passar por avaliação com profissionais da saúde. A internação contra a vontade do paciente está prevista no Código Civil desde 2001, pela Lei da Reforma Psiquiátrica 10.216, mas a novidade agora é que o procedimento seja adotado não caso a caso, mas como uma política de saúde pública – o que trás a polêmica: ser a favor ou contra a internação compulsória?

Acho que devemos levar em conta cada situação, pois existem casos graves em que todo os tratamentos já foram realizados, mas sem ter bons resultados, existem casos também que  o sujeito precisa de uma internação para se intoxicar, precisa de acompanhamentos 24h, pois as recaídas fazem parte deste quadro. Cabe aos familiares que carregam todo o sofrimento decidir o que fazer, pois os usuários não têm nem mesmo condições de decidir o que querem nesta difícil fase na qual se encontram.

Devemos considerar também a idéia de um atendimento multiprofissional, das muitas formas possíveis de tratamento, como a redução de danos, consultórios de rua, atendimentos oferecidos nos CAPS etc. devemos olhar o individuo de forma diferenciada, de acordo com seu contexto de vida, com suas vivências, e não apenas como portadores de uma patologia. Devemos viver em sociedade, devemos tratar em sociedade. Isolar as pessoas em um manicômio nem sempre pode ser a melhor forma de tratamento.