Medicalização Infantil

7 Comentários

Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg

13/05/2015 às 7:05 pm.

Olá Mayara,

Este assunto está na pauta do dia e a urgência da tomada de consciência em torno do que está se produzindo como um futuro da infância é assunto seríssimo. 

A rede humanizasus é parceira de primeira hora do Fórum sobre a Medicalização da Educação e da Sociedade, um movimento nacional e internacional que tem mobilizado forças de todas as ordens no combate ao cerco que a indústria farmacêutica vêm fazendo em torno da "normalização" da infância.

Convidamos a turma para conhecer a página do fórum no facebook e o site:

https://medicalizacao.org.br/

https://www.facebook.com/forumsobremedicalizacao?ref=hl

Na nossa rede também há inúmeros posts sobre a medicalização da vida:

https://redehumanizasus.net/89996-1-de-maio-a-medicalizacao-do-trabalhador-tambem-e-nossa-luta

https://redehumanizasus.net/85045-tarja-branca-e-o-devir-crianca

https://redehumanizasus.net/87737-segue-a-discussao-sobre-o-controverso-tdah

https://redehumanizasus.net/86375-a-tecnologia-a-favor-da-desmedicalizacao-potencializando-arenas-de-discussao

Estou por aqui prá conversar sobre este assunto com todos os que desejarem.

 

Iza Sardenberg

Coletivo de editores/curadores da RHS

Por Mayaranepomuceno

19/05/2015 às 8:23 am.

Oii Iza, 

Adorei o site que você me indicou e ele me ajudou bastante a entender um pouco mais sobre a medicalização. 

 

Abraços!

 

Por ruiharayama

13/05/2015 às 11:30 pm.

  Olá Mayara,

 

   muito legal você ter se interessado pelo tema, ele é realmente pertinente! Eu, com a Iza e vários outros que habitam a RedeHumanizaSUS discutimos e pensamos em estratégias para enfrentar os processos de medicalização.

  A campanha que você menciona é bem importante, e ela teve grande repercussão, boas e más. 

  Para ajudar na compreensão do que é medicalização posto dois vídeos que acho bem explicativos, o primeiro no contexto da campanha do CFP e o segundo realizado com a 'assessoria' dos membros do Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade.

 

O segundo vídeo é o presente no uol tab Tarja Preta https://tab.uol.com.br/remedios/

O que percebemos é que quanto mais uma sociedade não consegue acolher as diferenças, mais ela é medicalizada.

 

Por Marcelo Dias

14/05/2015 às 10:01 am.

um grande desafio que enfrento como apoiador matricial na Atenção Primária é quanto a aumentar a resolubilidade em relação ao sofrimento psíquico da criança e adolescente. Percebo que o acolhimento das diferenças, como você diz, acaba sendo "resolvido" pela exclusão da criança do seu próprio território. O pensamento mais comum é o seguinte: "quem atende criança é o pediatra. O pediatra não tem mais nada a fazer do que medicar. Medicar criança com problema mental não é algo que o pediatra domine. Vamos encaminhar pro CAPSi. O CAPSi medica,,,,,"

Abraço, Marcelo.



Por Mayaranepomuceno

19/05/2015 às 8:13 am.

Oii, ruiharayama!

Muito obrigada por postar esse vídeo, me interessei muito mais pelo assunto e acho que ele tem que ser bastante discutido na nossa sociedade. Concordo com o seu ponto de vista que a quando a pessoa não consegue acolher as diferenças, mais ela é medicalizada. Tenho um irmão especial e sei a dificuldade que meus pais enfrentam com os médicos que só sabem receitar remédios para acalma- lo sem dar uma solução favorável para sua saúde. Tivemos que pesquisar um método para isso e conseguimos uma forma maravilhosa: A Natação! 

Através da prática de esporte hoje vejo meu irmão muito melhor sem precisar de nenhum medicamento para que isso ocorra. Esse é um assunto que com certeza irei me aprofundar.

 

Abraços!

 

 

 

Por Mayaranepomuceno

19/05/2015 às 8:32 am.

Iza Sardenberg, ruiharayama e Marcelo Dias…

Pesquisando mais sobre o assunto me deparei com a seguinte pergunta: Qual é o maior desafio das pessoas que são contra a medicalização?

No meu ponto de vista é a conscientização dos pacientes. Muitos ainda acham que o medicamento quer dizer ''saúde'' e acabam sendo ''reféns'' deles, não pensando outra forma para resolver esse problema. Tiro um exemplo meu irmão que eu citei na resposta dada para ruiharayama.. Se meus pais não tivessem pensado uma alternativa que fosse contrária ao uso do medicamento, meu irmão seria ''dependente'' dele para o resto da vida e com certeza não traria os mesmos benefícios da atividade física. 

Queria ler um pouco da opinião de .vocês e peço desculpas por só poder responder agora os comentários…

Abraços! 

 

Por ruiharayama

19/05/2015 às 5:22 pm.

  Oi Mayara,

 

     Eu acho que essa é uma pergunta que, pelo menos eu, me faço de tempos em tempos. Existe uma lógica na medicalização do comportamento que é a forma como nossa própria sociedade se reproduz. O medicamento não é o vilão dessa história, mas me parece a ponta de um processo onde estamos em uma 'fábrica' de produção e formatação de corpos. O medicamento aparece como uma ferramenta para ajustar o corpo que não produz. No Fórum sobre Medicalização a gente vem discutindo novas formas de viver e se organizar, pensando que isso – essas estratégias de inventar e criar – são meio de criar pequenas rupturas nessa lógica medicalizante.

  Eu poderia dizer que conscientizar pacientes seja uma luta importante para criticar e questionar a medicalização, mas vamos pensar, será que os serviços estão prontos para isso? Será que a gente consegue conversar com os profissionais e dizer o que precisa e o que não precisa ser caso de posto de saúde e serviço médico? A gente está em um mundo cada vez mais prescritivo, onde não há espaço para as criações, invenções e experimentações. 

Muito legal esse seu interesse! Principalmente porque nos faz rever uma série de posições em nossas práticas.