Sobre envelhecimento e atividades físicas.

11 votos

Todos, ou pelo menos uma boa parte de nós, envelheceremos. A população tem envelhecido. Se olharmos os indicadores de faixa etária, as famosas pirâmides etárias, no Brasil, veremos que em boa parte das comunidades há um estreitamento da base e um alargamento do ápice, ou seja, as taxas de natalidade têm caído absolutamente e também em relação às faixas etárias maiores.
A questão é: que qualidade de vida teremos? Não basta dizer que viveremos mais, mas que tipo de vida teremos. Melhor seria uma vida autônoma, onde podemos exercer muitas atividades que nos dão consistência a uma vida mais “independente” (uso este termo num sentido bem restrito, de liberdade de movimento: comer, vestir-se, movimentar-se, enfim, atividades do cotidiano que podemos fazer sozinhos).  Para tanto, a atividade física regular tem sido uma aliada neste processo (ver matéria abaixo).
Mas, duas questões são importantes. A primeira diz respeito ao que suporta um corpo. Evidentemente que há uma restrição ao corpo no avanço dos anos. Não se pode mais fazer tudo o que fazíamos. Há limites que precisão ser respeitados sob pena de conseguirmos mais complicações que benefícios. Para tanto, o acompanhamento de profissionais competentes e que acumulam experiências neste sentido são fundamentais para orientações. A segunda questão se refere a “medicalização do corpo”. E não é disso que se trata, evidentemente. Atribuímos aqui uma condição de imanência do corpo. O que é bem diferente de uma determinação extrínseca, uma prescrição. Dizemos apenas que certos hábitos liberam a vida para mais potência. Estamos longe de dizer que induzimos as pessoas a este ou àquele comportamento, que poderiam estar, no fundo, ligados a um estimulo de consumo, por exemplo. Ou relacionando a um modelo de virtude. Caminhadas e alguns alongamentos simples não dependem de academias (nada contra elas, há os que gostam e se divertem. O que é fundamental). Mas, de fato, só têm algum benefício se houver também prazer em fazê-los.
Assim, não importa a coisa em si. Se alguns exercícios diários te dão prazer e sabe-se que provavelmente te ajudarão a uma vida mais fácil no futuro, comece-os agora. Não deixe que a falta de tempo ou o desânimo adiem isso. Agora, se tudo isso não te satisfaz, claro que não há problemas. A vida continua em devir do mesmo jeito.

Altair Massaro

O Artigo:

Atividade física é receita para envelhecimento com saúde

A última edição do periódico Archives of Internal Medicine traz quatro novos estudos confirmando que a atividade física é um forte aliado na prevenção de doenças da mente e do corpo dos idosos. "É difícil alguém discordar de que a prática regular de exercícios físicos é um dos mais poderosos agentes para a promoção de um envelhecimento saudável. Tão importante quanto uma vida sem cigarro. Apesar de parecer um conceito inquestionável, foi só a partir da década de 80 que a ciência provou que a atividade física é a prescrição mais eficiente que um médico pode oferecer para que um indivíduo alcance uma velhice de sucesso", confirma o médico Ricardo Teixeira, doutor em Neurologia pela Unicamp e diretor do Instituto do Cérebro de Brasília (ICB).

Para o especialista, muitos associam a atividade física regular a um menor risco de infarto do coração, mas os benefícios vão muito além. Inúmeras condições clínicas comuns nos idosos são menos frequentes entre aqueles que se exercitam: quedas, fratura de fêmur, osteoartrite, diabetes, derrame cerebral, Doença da Alzheimer e demência de uma forma geral, doenças respiratórias, inúmeros tipos de câncer, osteoporose, obesidade, entre outros. "Além disso, a atividade física também está associada a uma maior longevidade e menor chance de dependência física. Quanto mais cedo na vida esta atividade começar, melhor. E mesmo os que começam tardiamente também serão premiados."

FONTE: https://runnersworld.abril.com.br/noticias/atividade-fisica-receita-envelhecimento-saude-217774_p.shtml