Dia Internacional da Não Violência Contra as Mulheres

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Dia 25 de novembro foi declarado o Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher. A data foi definida no Primeiro Encontro Feminino da América Latina e Caribe, realizado em Bogotá, Colômbia, em 1981, em homenagem a “Las Mariposas”, heroínas da República Dominicana, que foram barbaramente assassinadas em 25 de novembro de 1960.

A data  tem como objetivo debater, e colocar em análise a questão e chamar a atenção do mundo para os casos de violência e maus tratos contra as mulheres, buscando alternativas para o enfrentamento do problema.

De acordo com o mapa mundial da violência contra a mulher, o Brasil assumiu o vergonhoso destaque de 5º lugar mais violento do mundo, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) que avaliou 83 países. A pesquisa revela que 50% das mortes violentas de mulheres são cometidas por familiares e 33% por parceiros ou ex parceiros.

No Piauí, em dez anos, entre 2003 e 2013, as mortes de mulheres em Teresina aumentaram 84,6%. O Estado é o 10º maior violento no ranking brasileiro. De acordo com dados divulgados neste ano (2015), pelo Mapa da Violência: Homicídios de Mulheres no Brasil, enquanto em 2003 foram 13 mulheres mortas, dez anos depois este número subiu para 24 assassinadas no Estado.

Ontem (26), em Teresina, aconteceu um episódio brutal de violência que chocou a nossa sociedade. O próprio pai perseguiu a filha de 15 anos de idade, com o intuito de estuprá-la, e quando viu que ela lhe escapava, desferiu-lhe dois tiros que atingiram um dos rins e o baço, a qual foi submetida a uma cirurgia e, lamentavelmente, a jovem perdeu os dois órgãos.  A adolescente encontra-se internada, em estado de choque, num hospital público da capital. Este é apenas um dos inúmeros casos, de violência contra as mulheres, ocorrido no nosso Estado, que muito nos preocupa. No mês de maio, quatro jovens do município de Castelo do Piauí, que se encontravam realizando uma pesquisa ecológica na cidade, foram vítimas de um estupro coletivo, que culminou com a morte de uma das jovens.

O combate contra a violência ganhou destaque no Brasil a partir da Lei Maria da Penha, instituída em 2006, na perspectiva de assegurar a integridade física e psicológica da mulher. Uma lei que tem estimulado as mulheres a romperem o silêncio e denunciarem os seus agressores.

No atual cenário, vale destacar a luta protagonizada pelas mulheres em todo pais, em  favor da campanha “Fora Cunha”, que reuniu cerca de três mil pessoas em São Paulo, e mais de cinco mil no Rio de janeiro, e em especial, a marcha das mulheres negras ocorrida em Brasília, que reuniu dez mil mulheres, eventos que revelaram para o mundo, a potência da mulher brasileira na defesa dos seus direitos.

No Piauí, desde 2013, um movimento feminino que tem conquistado relevância é a Marcha pela Humanização do Parto. Em 2015, o evento reuniu aproximadamente quatro mil pessoas, entre elas, lideranças políticas, representantes dos conselhos de classes e dos movimentos sociais defensores do movimento.

Nós mulheres estamos cansadas dos anos de desrespeito e injustiças praticados em todo o país, de toda ordem. Abaixo os “fius-fius”, as cantadas indesejadas, os assédios, a violência física e sexual contra nós mulheres.
Como desafiou  o médico Carlos Rivorêdo, na publicação abaixo https://redehumanizasus.net/93269-carta-do-forum-perinatal-do-municipio-de-sao-paulo-a-15-conferencia-nacional-de-saude
“Mulheres do mundo, uni-vos. Liberem-se de cada elo da corrente que teimam em mantê-las servis nessa sociedade de homens. Assumam cada vez mais seu lugar, construindo uma distância sempre maior dos mitos que lhes oprimem.”

 

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