Avanços nas Políticas Sobre Drogas em Curitiba

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          Nesta próxima sexta-feira anunciamos, aqui em Curitiba, um conjunto de ações voltadas ao cuidado de usuários de álcool e drogas nos eixos de prevenção e reinserção social. Pelo período pré-eleitoral, algumas destas iniciativas têm sido distorcidas e atacadas, especialmente por segmentos que apoiam políticas segregatórias, de caráter punitivo e exclusivamente repressivo. As ações foram desenvolvidas com apoio do Ministério da Justiça e do Projeto Redes, da FIOCRUZ, e têm, elas todas, caráter intersetorial e vêm sendo construídas há mais de um ano.
 
  1. ampliação do intervidas- o dispositivo, que conta com equipe de saúde mental, vem atuando duas vezes por semana há mais de um ano, como projeto que desenvolveu  um processo de trabalho voltado para práticas de redução de danos e inserção de usuários na rede formal. Funciona num ônibus modificado, com palco, local de atendimento e criou uma rotina de abordagem de usuários de drogas em espaços públicos, a maioria destas pessoas em situação de rua e utilizando a rede de acolhimento do município. Ainda que Curitiba conte com quatro excelentes equipes de consultório na rua, o Intervidas resgata os princípios dos Consultórios DE Rua, que desenvolvem ações pautadas na formulação de projetos terapêuticos singulares, em conjunto com a rede de assistência e com os dispositivos da RAPS. A ampliação permite aumentar o número de populações abordadas, voltar as ações para regiões cada vez mais vulneráveis e fortalecer a intersetorialidade das políticas sobre drogas em Curitiba.

  2.  Unidade de acolhimento voltada para usuários de drogas em tratamento- o projeto vai ao encontro de uma política desenvolvida no SUAS de Curitiba que vem criando dispositivos de acolhimento que respeitam a especificidade do usuário. Desta forma, o município criou nos últimos três anos unidades para populações indígenas, LGBT, mulheres, idosos entre outros segmentos vulneráveis. Este modelo adotado irá ainda disponibilizar espaço específico para gestantes e mães usuárias de drogas em tratamento. O tempo médio de hospedagem é estimado em quatro meses, período em que o usuário poderá desenvolver cursos profissionalizantes e permanecer em tratamento em serviços de saúde e nos liceus de ofício do município. A unidade é um hotel com quartos alugados através de licitação. A estadia do usuário fará parte de um projeto terapêutico singular, desenvolvido predominantemente nos Centros de Atenção Psicossocial e Centros Pop.

  3. Viva Jovem- o município irá oferecer dezenas de oficinas de grafitte, hip hop, DJ, fotografia e outras modalidades profissionalizantes, pautados com a cultura jovem e na possibilidade de inserção no mercado. Estas oficinas serão desenvolvidas nos Portais do Futuro, outra inovação de Curitiba, distribuídos por todo o município, e trazem possibilidades de inserção social de jovens a partir de seus próprios referenciais culturais.

  4. base móvel de videomonitoramento– parte do plano Crack é Possível Vencer, é um micro ônibus adaptado para ações de vigilância. Serve como centro de comando e controle, dando suporte tecnológico aos guardas municipais. Será utilizada em parceria com as demais ações de cuidado, na identificação de áreas de vulnerabilidade, locais de uso e identificação de espaços prioritários de intervenção.

 

Este conjunto de inovações vem sendo desenvolvido de forma integrada e intersetorial e tem como referência o princípio que a política sobre drogas é uma política voltada para pessoas. E que, dentro do amplo fenômeno do uso de drogas, o poder público deve se voltar prioritariamente, para formas de uso relacionadas a vulnerabilidade e risco social. Considerando sempre a heterogeneidade e complexidade do fenômeno.