A construção do projeto político pedagógico junto ao programa de residência em saúde mental

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O programa de residência multiprofissional em Saúde Mental da Universidade Federal de Sergipe prevê, no escopo de suas atividades, a inserção temporária de residentes em equipamentos da Rede de atenção psicossocial do município de Aracaju (REAPS).

Para tanto, é necessário que técnicos dessa rede atuem como preceptores voluntários. Esse relato discorre sobre as experiências de preceptoria realizadas no Centro de Atenção psicossocial Liberdade (CAPS) nos anos de 2018 e 2019. Analisa o esboço de um projeto político pedagógico experimental como norteador das ações e dos sentidos produzidos a partir delas. Não obstante, apresenta como substrato, uma análise de caráter institucional sobre a experiência de ensino-aprendizagem e aperfeiçoamento técnico.

Os residentes foram inseridos em atividades de campo e núcleo, com objetivo de contribuir com o desenvolvimento e qualificação das linhas de cuidado. Neste ínterim, destacam-se ações de matriciamento em saúde mental junto à atenção primária; educação em saúde; oferta de Práticas Integrativas e Complementares; discussões em grupo sobre temáticas pertinentes ao campo da saúde mental.

Constatou-se que a inserção dos residentes repercutiu de forma profícua na diversificação de atividades propostas, nas discussões sociopolíticas acerca de aspectos da luta antimanicomial, inserção de novas tecnologias em saúde no âmbito da saúde mental e fortalecimento da educação permanente dentro da instituição como forma de qualificar as atividades desenvolvidas. Como contrapartida, a REAPS pôde contribuir com o programa de residência na perspectiva de alinhamento entre as práticas cotidianas no modelo de atenção psicossocial e a aprendizagem.