Falível

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A condição de possibilidade do conhecimento está tanto na acessibilidade quanto na falibilidade.

Se a realidade fosse exatamente como ela nos aparece na consciência, a aparência e o real teriam absoluta correspondência.

Tudo seria o que aparenta ser. Não existiria diferença entre as formas de acesso ou entre as perspectivas pelas quais é possível algum saber.

Na infalibilidade e, em qualquer outro absoluto, o conhecimento não é nem possível, nem necessário. Assim, saber exige um acesso impreciso a aparência. Desse tipo de acessibilidade produzimos a representação.

Representar mentalmente constitui a subjetivação, que acrescenta mais entes ao real. O ser humano é a resposta a pergunta continua, respondida incontáveis vezes em cada ato da existência:

– Somos o que conseguimos, continuamente, mas de modo inédito, afirmar que somos.

O imaginário pertence ao real. No sentido de ser algo na diversidade de objetos que compõem o mundo. Mas, como a completude do que se reflete no espelho não pode incluir o espelho, temos acesso à diversidade a qual acessamos, mas jamais ao mundo como absoluta totalidade.

A mente existe na totalidade do mundo, porém o mundo como totalidade não pode aparecer na mente.