O Piaui avança na implantação do Projeto AcolheSUS e realiza a sua 5ª Oficina no HEDA

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Nos dias 20 e 21 de setembro, aconteceu a 5ª oficina do Projeto AcolheSUS no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde-HEDA, sediado no município de Parnaíba/PI, tendo como objetivo discutir e monitorar as ações do plano de intervenção que vem sendo implementado para a qualificação no cuidado no hospital, alinhadas com as diretrizes: acolhimento, ambiência e a cogestão.

O evento contou com a participação de gestores e profissionais que compõem o Grupo Executivo Local-GEL, o Grupo Executivo Estadual-GEE/SESAPI e com a Enfermeira Ailana Lira, referência técnica da PNH/MS,  que vem acompanhando/monitorando a implantação do Projeto no Estado.

Ailana abriu os trabalhos destacando a importância do monitoramento das atividades planejadas e que estão em andamento para a resolutividade dos problemas priorizados no hospital, que são: 1- Superlotação do Pronto Socorro; 2- Reclamação dos usuários pela demora do 1º atendimento; 3- Redução da qualidade da assistência e aumento dos custos por permanência hospitalar acima do tempo necessário.

A proposta do primeiro dia foi discutir as ações planejadas, mostrar o que já está em execução, as dificuldades, e (re)pactuar novas ações e prazos de realização. Na sequência a enfermeira Janailda Furtado falou da construção do vídeo e da Carta de Serviços do HEDA, com o objetivo de melhor informar os usuários sobre os serviços disponibilizados no hospital. Enfatizou que a ação é produto de uma construção coletiva.

Dentre as ações planejadas e já em andamento, vale destacar: Oficina do Acolhimento com Classificação de Risco, tendo como objetivo instrumentalizar os profissionais para trabalharem com o protocolo do ACCR;  Implantação do Posso Ajudar ?, com funcionamento de domingo a domingo, com o propósito de melhorar a comunicação com os usuários; fortalecimento da Ouvidoria, com o propósito de escutar as queixas dos usuários e identificar os pontos críticos do hospital para os ajustes necessários; implantação do Núcleo Interno de Regulação-NIR, com o propósito de regular/organizar as transferências dos pacientes para a continuidade do cuidado dentro do HEDA e em outras unidades de saúde da rede.

A médica Juliana Almeida falou das dificuldades da UTI Pediátrica e do plano de ação que está sendo elaborado para melhoria do fluxo de atendimento nesse espaço. Também encontra-se em andamento a construção de protocolos médicos para atendimento das patologias mais complexas.

Dentre as dificuldades apontadas para as mudanças/avanços necessários no hospital destacam-se: existência de uma única ambulância no hospital, o que dificulta as transferências de pacientes para os hospitais  da rede, e consequentemente o trabalho do Núcleo Interno de Regulação; a falta de cumprimento dos prazos de entrega dos insumos/produtos da farmácia, por parte dos fornecedores, bem como por parte dos laboratórios no que tange aos exames, o que retarda o diagnóstico, tratamento, e consequentemente a alta médica de alguns pacientes; dificuldade no diálogo/parceria com a Atenção Básica para que assuma a continuidade do tratamento do paciente quando esse sai de alta do HEDA.

No segundo dia, o foco da discussão foi a gestão da clínica e a Clínica Ampliada, uma das diretrizes priorizadas para implementação no HEDA.

Para disparar a discussão, Ailana compartilhou um caso clínico de uma criança atendida noutra unidade de saúde. O propósito era discutir o caso, identificar as demandas do paciente, as intervenções realizadas, os profissionais envolvidos e as intervenções necessárias para um atendimento resolutivo,  à luz da Clínica Ampliada. A discussão inicialmente foi feita em dois grupos e posteriormente na plenária com todos os participantes para um fechamento do estudo do caso. Na sequência, Ailana fez uma explanação sobre a gestão da clínica enfatizando conceitos e dispositivos/ferramentas da Clínica Ampliada, do Projeto Terapêutico Singular, Equipe de Referência e Visita de leitos conjunta.

Na sequência foi discutida a ferramenta Kanban, que em japonês significa cartão ou placa visível usada como meio de comunicação e informações. Nas emergências hospitalares a ferramenta Kanban vem sendo utilizada para qualificação do gerenciamento do cuidado. Através do uso de cartões com sinais coloridos é identificado o paciente, a equipe responsável, as prioridades, o tempo de permanência, entre outras informações, o que facilita o monitoramento, a (re)classificação de risco dos pacientes em observação/internado na unidade. Foi pactuado pelos profissionais e gestores que a ferramenta inicialmente será implantada no Pronto Socorro e na Clínica Médica do HEDA.

O ponto alto do segundo dia da oficina foi a grande roda de conversa com a participação de um número significativo de médicos, um total de 9, o que não é comum nos eventos do hospital, e que revela a potência do alcance do Projeto AcolheSUS no Estado.

Dentre os encaminhamentos pactuados, a nível interno, destacam-se: construção do plano de trabalho do NIR, definindo o fluxo do serviço e as responsabilidades de cada profissional da equipe; levantamento dos colegiados de gestão existentes,  os necessários no hospital e o nível de integração entre eles; construção do protocolo de atendimento da pediatria, definindo o fluxo de atendimento; Treinamento e implantação da ferramenta Kanban no PS e na clínica médica do hospital. A nível externo: reunião com os gestores da SESAPI para discutir as necessidades/pontos críticos do hospital.

Na avaliação dos participantes, o Projeto AcolheSUS vem disparando mudanças importantes no HEDA. Para Mário Benjamim, médico do PS, a oficina foi muito importante, pois não conhecia as ferramentas discutidas e acredita que o implemento delas vai qualificar o atendimento no hospital.