Relato de experiência no CAPS Dr. Rostan Silvestre

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Somos Lívia de Lara Lopes e Enderson Fernandes Leitão, estudantes do Internato em Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas. Nesta postagem, compartilhamos um pouco dos aprendizados vivenciados durante o estágio no Centro de Atenção Psicossocial Dr. Rostan Silvestre.

Ao longo de algumas semanas no CAPS Dr. Rostan Silvestre, pudemos acompanhar de perto a atuação de uma equipe interdisciplinar composta por psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, enfermeiros, médicos e outros profissionais. Essa convivência nos mostrou, na prática, como a articulação e o diálogo entre diferentes saberes fortalece o cuidado em saúde mental e é essencial aos usuários.

Durante o estágio, participamos de diversas atividades que nos proporcionaram importantes aprendizados. Um dos momentos mais impactantes foi a vivência no grupo dos Ouvidores de Vozes, conduzido por uma facilitadora cuja abordagem chamou muito nossa atenção. Ela propõe aos participantes que reconheçam a presença das vozes em suas vidas, mas, ao mesmo tempo, assumam a responsabilidade por suas decisões e ações, mesmo diante de vozes de comando. Essa proposta nos trouxe uma nova perspectiva sobre como auxiliar as pessoas que convivem com essas vozes, para que possam manter sua autonomia e continuem escrevendo a própria história. Também estivemos presentes em outras atividades excelentes, como: a oficina de artesanato, a qual explora uma forma de trabalhar, tanto a questão mental, quanto a uma possível fonte de renda; momentos de meditação, que dá aos usuários uma ferramenta importante no controle de episódios ansiosos ou de crises; grupo de canto, o qual ajuda a extravasar emoções e sentimentos; entre outras atividades. Em cada uma delas, observamos a intenção e o cuidado da equipe em criar espaços terapêuticos que acolham e fortaleçam os usuários.

Além das vivências práticas, tivemos a oportunidade de dialogar com os usuários, escutando seus relatos e percebendo como o CAPS pode ter um papel fundamental em suas trajetórias. Também aprendemos muito nas conversas com os profissionais, refletindo sobre os desafios do cotidiano e sobre a importância de um olhar individualizado para cada história, entendendo mais sobre o Projeto Terapêutico Singular, que estabelece as estratégias de cuidado de cada usuário.

Encerramos esse estágio com muita gratidão, afirmando que foi uma experiência única e transformadora em nossa formação. O CAPS nos ensinou que o cuidado em saúde mental é feito de presença, escuta, compromisso e afeto, para que o usuário, durante sua passagem por lá, possa estabelecer o equilíbrio diante da sua condição psíquica e, assim, ter mais autonomia de si perante aos desafios internos e externos no mundo à fora. Agradecemos imensamente a toda equipe, que nos acolheu com tanto profissionalismo e dedicação!