Roda de conversa “o trabalho no SUS e a humanização na saúde”

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Trabalho realizado na disciplina Humanização da Saúde, do Mestrado Profissional de Ensino na Saúde, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (MPES-FAMED-UFAL).

Autoria:

Everson dos Santos Melo (Psicólogo CRP 15/3657/ Coordenador NASF da Sec. Mun. Saúde Palmeira dos Índios/, Mestrando em Ensino na Saúde – MPES-FAMED-UFAL)

Sérgio SeijiAragaki (coord.) – MPES-FAMED-UFAL

Cristina Camelo de Azevedo (coord.) – MPES-FAMED-UFAL

 

A roda de conversa foi realizada no dia 08/05/18 com nove profissionais das equipes do NASF-Ab (Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica) do município  de Palmeira dos Índios – AL.

Os profissionais foram convidados a participar da roda durante reunião mensal das equipes com a coordenação, onde, na ocasião, foi explicitado que a participação era voluntária e que o objetivo era promover um espaço de escuta e diálogo acerca do trabalho no SUS e sobre a humanização nesse contexto.

A roda foi iniciada com breve exposição da proposta de trabalho e, após conhecimento e aceitação de todos, foi colocada uma pergunta disparadora da discussão: “como é trabalhar no SUS?”

Diante disso, surgiram falas relacionadas a dificuldades estruturais, falta de recursos, desafios diários, pouca valorização do trabalhador, cultura da visão biomédica em detrimento de um concepção ampliada de saúde, problemas no acolhimento, dentre outros problemas.

Mas também, algumas falas evidenciaram que o SUS dá certo, mas que existe uma “cultura” de que no serviço público “tudo pode” e nada funciona, que acaba sendo incutida em usuários e trabalhadores. Houve, ainda nesse momento, algumas menções referentes a necessidade de humanização do trabalho em saúde para que essas coisas mudem.

A partir desse ponto, foi inserida outra questão disparadora: “o que se entende por humanização?”.

Alguns fizeram referência a maneira de atender o usuário, pois desde a porta de entrada há um mal atendimento; outros apontaram que essa mudança depende muito do profissional; e foi ainda destacada a formação como importante fator nesse processo, devendo o tema ser abordado desde a graduação.

Nesse segundo momento da discussão, ao se falar sobre humanização, vieram à tona diferentes compreensões sobre o tema: empatia, sensibilização, mudança de postura do profissional, olhar ampliado, integralidade, acolhimento, rede, comunicação, escuta e condições de trabalho.

Por fim, foram apresentados sucintamente alguns pontos da PNH (princípios, diretrizes, métodos e dispositivos) para mostrar qual a perspectiva trazida pela política e qual a compreensão de humanização está contida nela.

Foi feito então um contraponto com as falas apresentadas, frisando que as várias compreensões de humanização trazidas são importantes, mesmo que distintas daquela proposta na PNH, não significando que sejam erradas. Ficou compreendido pelo grupo que a humanização, a partir do que propõe a política,  não se dá por meio de ações pontuais e isoladas, mas sim pela comunicação entre os diferente sujeitos e coletivos, participação ativa destes na gestão/atenção e na discussão de problemas e soluções.

Depois de feita essa explanação, a roda foi encerrada com uma avaliação daquele momento, com sugestões e pactuações para uma próxima roda.

Foi sugerido, e prontamente aceito por todos, que esses momentos deveriam ser contínuos, ocorrendo periodicamente. Ficou definido que essas rodas de conversa passarão a ocorrer mensalmente no serviço e que na próxima vez será feita uma maior discussão sobre a PNH, tendo em vista a sua extensão e também porque poucos dos profissionais presentes a conheciam.