A culpa não é de Temporão

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Encaminho em anexo texto de

EDUARDO EUGÊNIO GOUVÊA VIEIRA –  presidente do Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro)., que aponta e analisa a quem interessaria a saída de Temporão do Ministério da saúde.


 


Segue também, troca de e-mail com Liliane Penello, que me endereçou o texto. Acho que esta discussão está em concordância com a decisão do Coeltivo Nacional da Humanização (PNH/MS) de agregar a sua agenda política “grandes temas” do cenário político-sanitário brasileiro dfa atualidade. Um abraço, Dário


 


E-mail Liliane, 08/07/2008


Este artigo do Eduardo Eugênio Gouveia Vieira está sendo encaminhado por sua clareza em defesa da postura do Ministro Temporão na luta em prol de uma Saúde Pública de qualidade. Sabemos que trabalhar com o conceito de consciência sanitária como eixo civilizatório não é simples. Muitas forças e interesses contrapõem-se até mesmo à proposição de discussão de temas considerados”polêmicos” como sinônimo fossem de imutáveis!!! Fica muito mais fácil e confortável para determinada parcela da população insistir na agenda da doença e de seu tratamento: a construção de mais hospitais….e a manutenção do já instituído como o suficiente para os mais pobres. Porém nós que tentamos pensar saúde e não doença, sabemos da importância das medidas de promoção e prevenção para que as pessoas (TODAS) não necessitem dos hospitais. Da definição sem demora do financiamento regular e adequado da saúde, para que as ações de educação e saúde caminhem juntas barrando a violência das ignorâncias! Entretanto, percebam que também os hospitais tem sido alvo de atenção e investimentos, para que o sofrimento de quem infelizmente já chegou lá seja minorado!!!! E lembrem-se, por favor, o Rio de Janeiro vive uma situação sui generis; o Rio de Janeiro, infelizmente não é vitrine do SUS que queremos, malgrado o esforço notável de muitos gestores e profissionais de saúde tão bem intencionados. Precisamos envidar ainda mais esforços para articulação das tres instâncias de governo para este fim. E da repercussão desta articulação para dentro das Unidades, com participação de seus usuários!! Procurem observar o funcionamento do SUS onde este esforço vem acontecendo e analisem os resultados!Vamos repassar e amplificar estas informações. Vamos discutir com seriedade as medidas a tomar e as responsabilidades de cada qual na defesa desta política pública excepcionalmente avançada!! Os espaços de trabalho, as reuniões familiares, as conversas com os amigos, as reuniões nas sociedades científicas, os eventos culturais e esportivos, sempre podem dar suporte a uma boa discussão, como esta, que diz respeito não só ao controle de nossas doenças, mas a defesa de uma vida mais saudável e feliz. Assim as democracias são construídas e aprimoradas!!!


Abraços a todos. Liliane


 


E-mail Dário Pasche, 09/07/2008

Liliane, nossa luta, comandada por Temporão, de levar adiante o processo civilizatório na saúde deflagrado pela reforma sanitária e em boa parte incorporado à plataforma do SUS, não é simples, e não têm poucos inimigos. Apostas em novos modos de produzir saúde, assentado no plano ético da equidade, da solidariedade e na necessidade de reversão do modelo de atenção e de gestão, provocam reações, algumas violentas. Temos o dever político e ético de acionar todas as redes e conclamar a militância sanitária para que resistamos contra a vontade daqueles que preferem “as mil faces da privatização” e gozam na obtenção de vantagens a custa das lágrimas do povo. A isto combatemos e a isto resistiremos. Esta marcação nos convoca à luta e à construção, por nossa ação competente, de um SUS que dá certo. Assim, ação política nas frentes de batalha não se dissocia de nossas ações cotidianas de qualificação do cuidado, de reorganização dos processos de trabalho, de introdução de tecnologias relacionais e sustentação coletiva das mudanças. Ou seja, o SUS se sustenta nesta dupla dobra: na ação micropolítica que ocorre em cada instante em espaços onde a vida se desdobra e se reinventa; e na ação política dos grandes embates, das acumulações de forças e da definição das regras do jogo. Joguemos em todos eles! Este é um sentido  importante de luta da Política de Humanização para construir um SUS justo, objetivo de todos nós que lutamos por um sistema digno e resolutivo.


Com tua permissão, Liliane, teu e-mail e o texto do Eduardo serão publicados da Rede Humanização. Aliás a rede é uma excelente forma de ação política. Confiram e participem – https://redehumanizasus.net/


Um abraço, Dário Pasche/PNH