Cuidar de si. Cuidar do outro. Cuidar da vida

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Estes foram os motes de reflexão na roda de terapia integrativa comunitária que aconteceu no dia 25 de junho, envolvendo um grupo de cuidadores do HILP.

Nas discussões dos processos de trabalho, tem sido discutidas pelos trabalhadores,  propostas de ações que ajudem a minimizar o estresse produzido no âmbito hospitalar.

O hospital é um espaço paradoxal, ao mesmo tempo que produz saúde, produz  adoecimentos também. A convivência diária com a dor do outro acaba produzindo sofrimento e doenças nos trabalhadores. Somam-se a isto as vivências particulares de cada um que terminam interferindo nas relações de trabalho.

“Se não quiser adoecer, fale de seus sentimentos, emoções, que escondidos e reprimidos acabam em doenças”

Criar espaços interativos que favoreçam a circulação do diálogo, o compartilhamento dos problemas demandados no cotidiano de trabalho e de vida é, portanto, um imperativo para a produção do bem-estar dos cuidadores no ambiente de trabalho.
No HILP existem alguns trabalhadores com experiência em rodas de terapia integrativa terapêutica que vem se disponibilizando para a um trabalho conjunto de apoio aos trabalhadores.

A Terapia Integrativa Comunitária é um espaço de acolhimento, escuta, diálogo, partilha e construção de redes em favor da vida. As experiências  são partilhadas de forma horizontal e circular e cada um torna-se terapeuta de si mesmo, a partir da escuta das histórias de vida que ali são relatadas. Todos tornam-se co-responsáveis na busca de soluções e superação dos desafios do cotidiano, em um ambiente acolhedor e caloroso.

“Quando a boca cala os órgãos falam. Quando a boca fala, os órgãos saram”.

O evento proposto, além dos trabalhadores de várias setores do hospital, contou com a participação dos profissionais Narcizo Dragas (pedagogo ) , Claudenice (A. Social) e Deusa Alcântara (socióloga), todos são trabalhadores da SESAPI, com qualificação em Terapia Integrativa Comunitária.  A roda durou em média duas horas, com as seguintes ações: Dinâmicas de aquecimento; auto apresentação; compartilhamento de experiências/vivências; reflexões sobre os temas escolhidos pelo grupo, canto, dança, avaliação.

As atividades desenvolvidas promoveram um clima de descontração e interatividade entre os trabalhadores. A proposta é que as rodas aconteçam uma vez por mês no hospital, com a colaboração desses profissionais, com o intuito de que os trabalhadores trabalhem seus próprios conflitos e dificuldades, e  canalizem suas emoções de forma positiva, buscando aprender com o grupo e a perceber outras possibilidades de vida.