1° DE MAIO: A MEDICALIZAÇÃO DO TRABALHADOR TAMBÉM É NOSSA LUTA!

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1° DE MAIO: A MEDICALIZAÇÃO DO TRABALHADOR TAMBÉM É NOSSA LUTA!

 

 

O Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade vem a público relembrar todos seus signatários e simpatizantes para as lutas dos trabalhadores nos dias de hoje.

Passados mais de 120 anos após sua criação, o Dia do Trabalhador ganhou status de feriado prolongado e de longe lembra a luta por melhores condições de trabalho. Entretanto, a data não é de comemoração, mas de reflexão e luta.

Nosso manifesto é claro, no processo de medicalização da sociedade “Questões coletivas são tomadas como individuais; problemas sociais e políticos são tornados biológicos. Nesse processo, que gera sofrimento psíquico, a pessoa e sua família são responsabilizadas pelos problemas, enquanto governos, autoridades e profissionais são eximidos de suas responsabilidades.”

É por isso que alertamos para o cenário de desconstrução das políticas públicas brasileiras que vem, cada vez mais, sofrendo o sucateamento pelo desfinanciamento ou Projetos de Leis e Decretos que retiram direitos Constitucionais.

E sofrer com o rumo das políticas públicas tem vários sentidos, inclusive no processo de medicalização e adoecimento dos profissionais na ponta dos serviços. E não é por acaso que junto com o sucateamento das relações de trabalho cresce o consumo de psicofármacos.

O Brasil é o campeão mundial de fabricação de Clonazepam, princípio ativo do Rivotril, tendo fabricado 3,2 toneladas em 2013.

Em posição mais distante encontra-se a educação pública brasileira, que tem profissionais em diversos estados reivindicando por melhores condições de trabalho em sala de aula.

O fenômeno da medicalização não atinge somente os alunos com supostos transtornos como déficit de atenção, hiperatividade e dislexia, mas também atinge os professores em sala de aula com afastamento por questões psiquiátricas e síndrome do burn-out, além do uso abusivo de medicamentos controlados para suportar as extensas rotinas nas salas de aula.

A ‘cultura da avaliação’ e a lógica da terceirização dos serviços também impactam diretamente no aumento da medicalização da sociedade.

A cada professor afastado da sala de aula por não ter atingido a meta de alfabetização, a cada profissional terceirizado da limpeza demitido por ter adquirido lesão por esforço repetitivo (LER), a cada médico demitido por não atender 40 pacientes em jornada de 8 horas, a cada um desses trabalhadores, e a tantos outros, relembramos que uma sociedade com condições injustas de trabalho é uma sociedade medicalizada, onde florescem síndromes da baixa produtividade e transtornos psiquiátricos.

A partir desse 1° de Maio, convidamos todos a lutarem por uma vida sem rótulos, por relações de trabalhos justas, por uma sociedade desmedicalizada.