A economia da morte

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Há no mundo milhões de soldados armados, municiados e equipados para entrarem em guerra a qualquer momento. Todos treinados constantemente nas mais eficientes formas de matar. Existe um complexo industrial militar que fabrica continuamente e faz a manutenção de armas de guerra com inimaginável poder de destruição, inclusive milhares de armas biológicas, químicas e nucleares. Tudo pronto e engatilhado para destruir a civilização e a humanidade várias vezes.

Em termos internacionais poucas nações possuem sistemas de saúde pública e universal bem financiados, articulados e estruturados para situações de emergência e catástrofe. Nossa capacidade de cuidar, tratar, preservar e salvar vidas está sempre abaixo das necessidades das pessoas que sofrem com as doenças mais comuns.

Nos acostumamos a viver com um estoque gigantesco para destruir, ao passo que os sistemas de saúde – quando existem – estão com um dimensionamento sempre abaixo da demanda.

No entanto, quando o tema é a destruição, alocamos uma quantidade fabulosa de recursos técnicos e financeiros.

Por isso, corremos sérios riscos com uma pandemia como a COVID-19. No setor da saúde, vimos agora que, mesmo nos países mais ricos e desenvolvidos, a reserva de recursos é insuficiente.

A forma como organizamos nossa economia representa nosso fascínio pela ruína, destruição e morte. Uma parte da psique humana está sequestrada por esse fascínio. O terrível é que, justamente agora, os representantes dessa política da morte estejam no poder em vários países.