Suicídio: o que é preciso para prevenir

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Suicídio: o que é  preciso para prevenir

O Serviço Universitário de Apoio Psicológico (SUAPp) e graduandos da Liga de Saúde da Família e Comunidade do Curso de Medicina da Universidade do Oeste Paulista (FAMEPP/UNOESTE), no Campus de Presidente Prudente, organizaram no mês de setembro, uma palestra com o tema “Suicídio: o que é preciso para prevenir”, ministrada pelo médico psiquiatra e professor da mesma instituição Dr. Alexandre Duarte Gigante e contou ainda da organização e participação do Núcleo Institucional de Desenvolvimento Pedagógico (NIDEP) e Pró-reitoria acadêmica (PROACAD).

Mensalmente, os estudantes escolhem alguns temas, com foco na Epidemiologia loco-regional, para serem abordados em “Rodas de Conversa” que ocorrem nos modos “on line” e “presencial”, em ambientes do campus da universidade e, inclusive, em Laboratórios de Habilidades e Simulação (LHabSim) na UNOESTE.

As escolhas dos temas pelos estudantes estão diretamente ligadas à dinâmica das aulas práticas e à “Prevenção do Suicídio nas escolas da Rede Pública dos Municípios de Presidente Prudente e Álvares Machado”. Como acadêmicos podem abordar o tema, com os escolares?

Dr. Gigante considerou que a adolescência compreende uma fase repleta de mudanças físicas e emocionais. Essas transformações, muitas vezes podem afetar a saúde mental dos nossos jovens. Os acadêmicos do Curso Médico são inseridos, graças à “Parceria Academia-Serviço”, firmada entre UNOESTE e Secretarias de Saúde de Presidente Prudente e Álvares Machado, em nove “Estratégias Saúde da Família” (ESFs), como membros das equipes interprofissionais das Unidades de Saúde.

Dentre os Planos de Ação, construídos pelos Acadêmicos, a partir da aplicação da Metodologia Ativa da Problematização, com foco na Educação em Saúde e na Intersetorialidade, alguns deles estavam relacionados a trabalhar a campanha “Setembro Amarelo” nas escolas ligadas ao território de nove ESFs, nos dois municípios. Os graduandos consideraram a importância da conscientização sobre a prevenção do suicídio e o incentivo para os escolares da “Rede Pública de Educação” a buscarem ajuda psicológica quando necessário.

O Psiquiatra palestrante explicou que a Campanha do Setembro Amarelo se iniciou em 2015, e que este mês foi escolhido para a organização de ações que previnam o suicídio. A Associação Brasileira de Psiquiatria, o Conselho Federal de Medicina e o Centro de Valorização da Vida (CVV) trabalham em conjunto, em nosso país, para que seja possível quebrarmos o tabu de falar sobre suicídio e podermos, a partir do diálogo, tentar salvar vidas.

Os acadêmicos sentiram a necessidade de buscar informações, para poderem tratar desse assunto, tão delicado, nas escolas públicas de Presidente Prudente e Álvares Machado. Eles compreenderam que é necessário fornecer mecanismos, afim de que os escolares possam conhecer melhor os seus sentimentos e também possam desenvolver suas habilidades socioemocionais com mais segurança.

O docente reiterou que é muito importante que os Acadêmicos elucidem, nas escolas, que os professores devem evitar categorizar os sentimentos ou as emoções como algo negativo. Essa decisão pode abrir espaço para que os escolares e também seus familiares entendam, reflitam e possam dialogar mais sobre aquilo que sentem.

Os professores, membros da Comissão Executiva da Liga de Saúde da Família e Comunidade (LSFC) da Unoeste, após a palestra, utilizaram o “Arco de Maguerez” para estimular “Reflexão na Ação”, com os graduandos de vários cursos ligados à saúde. Acadêmicos consideraram que, no SUS, Transversalidade é um dos princípios da Política Nacional de Humanização (PNH), que, visa estar presente em todos os programas e políticas do SUS. Dessa maneira o resultado esperado da ação de “transversalizar” é que ocorra um grau de contato e comunicação entre pessoas e grupos ampliados, sem hierarquia, reforçando a produção de saúde com qualidade.

Dr. Gigante considerou também que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente um milhão de pessoas tiram a própria vida ao redor do mundo todos os anos. No Brasil, o suicídio é considerado a quarta maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), 60% das pessoas que se suicidam nunca se consultaram com um profissional especializado em saúde mental.

Os acadêmicos se comprometeram a abordar o tema da “prevenção ao suicídio”, com os trabalhadores da Saúde, nas ESFs, sensibilizando-os para o acolhimento dos “encaminhamentos” dos pequenos usuários do SUS, vindos das escolas ligadas aos territórios das ESFs.

Os participantes consideraram como positiva a ação de Promoção à Saúde, ligada à “Educação Permanente”, com foco no Setembro Amarelo, realizada pela Liga da Saúde, Família e Comunidade da UNOESTE.

Referência:

Caderno do Gestor PSE.

Disponível em:

https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_gestor_pse.pdf&ved=2ahUKEwi9vN6zpLb6AhWcqJUCHbqcAu4QFnoECBQQAQ&usg=AOvVaw1sNOWLZmnmOcJqp3v1Mn2q

Acesso em 26 09 2022, às 21h.